Folhetos de saúde

Fendas Orofacias

© Equipe Editorial Bibliomed

O que são as fendas orofaciais?

As Fendas Orofaciais são más-formações congênitas relativamente comuns, ocorrendo em cerca de 1 caso para cada 500 nascimentos. Todas elas trazem a necessidade de cirurgias para corrigir o problema, mas as crianças e suas famílias enfrentam vários outros desafios.

Quais são as fendas faciais mais comuns?

As Fendas Orofaciais formam um grupo bastante heterogêneo, compreendendo vários tipos possíveis de defeitos no palato (céu da boca), no lábio e em outras estruturas. Por sua incidência mais alta, destacam-se a fenda labial e a fenda palatina.

O que caracteriza a Fenda Labial?

A Fenda Labial pode ser uni ou bilateral, iniciando-se na parte lateral do lábio superior, estendendo-se para dentro da boca. Quando essa fenda se estende muito, comprometendo a junção dos dois lados do palato, ela passa a se chamar Fenda Lábio-Palatina.

E a Fenda Palatina, como ela se caracteriza?

A Fenda Palatina é diferente da Fenda Labial e da Fenda Lábio-Palatina. As formas menos severas acometem apenas a úvula (campainha), ao passo que as formas mais intensas se apresentam como fendas em toda a parte de trás do palato. Em muitos pacientes, a fenda na parte anterior do palato fica escondida pela mucosa da boca, formando uma Fenda Palatina Submucosa.

O que causa as Fendas Orofaciais?

A maioria das Fendas Orofaciais é causada pela interação entre fatores genéticos e ambientais. A proporção destes fatores varia de acordo com o sexo do paciente afetado e o tipo de fenda. Por exemplo: o fator genético é decisivo nas pacientes do sexo feminino portadoras de Fenda Labial bilateral, mas ele possui uma influência bem menor nos pacientes do sexo masculino portadores da forma unilateral.

O que fazer com uma criança que nasce com uma fenda orofacial?

Ao se deparar com um recém-nascido portador de fenda orofacial, é importante providenciar uma avaliação com um Geneticista o quanto antes. Isso por que a  fenda orofacial, associada a outros fatores, pode  representar 1 de mais de 300 síndromes relacionadas. Cada caso possui suas particularidades e não existe uma abordagem terapêutica universal. É preciso traçar um plano terapêutico individual, revisando continuamente os procedimentos adotados a cada avaliação.

Como é feita a alimentação de crianças com esse problema?

A imensa maioria das crianças com fenda orofacial nasce com peso dentro da faixa de normalidade. Contudo, devido às dificuldades para alimentação, a manutenção do peso ideal do bebê é um dos maiores problemas enfrentados no pós-parto. Muitos pacientes não conseguem fazer sucção suficiente para mamar. Antes de posicionar o bebê para mamar ao seio, algumas dicas podem ser úteis para facilitar a saída do leite: a mãe deve massagear as mamas e aplicar compressas mornas por 20 minutos antes dos horários habituais das mamadas. Uma leve pressão na aréola ajuda a protrusão do mamilo e a apreensão pelo bebê. Quanto melhor o estado de hidratação da mãe, mais leite ela irá produzir – e mais facilmente este leite será eliminado.

E quando o bebê não consegue mamar no seio materno?

Se o bebê não for capaz de mamar ao seio, a mãe pode coletar o leite utilizando equipamentos apropriados, oferecendo-o então em mamadeiras. Se não houver leite suficiente, a fórmula de suplementação poderá ser prescrita pelo Pediatra responsável. Existem várias mamadeiras especiais feitas especificamente para crianças com fendas.

Como é feito o tratamento das fendas orofaciais?

A maioria das crianças com fendas orofaciais necessitará um time multidisciplinar, constituído por fonoaudiólogos, geneticistas, odontólogos, pediatras, nutricionistas, otorrinolaringologistas e cirurgiões plásticos e/ou maxilofaciais, entre outros. A abordagem terapêutica pode levar anos de cuidados especializados. O papel do Otorrinolaringologista é muito importante, uma vez que otites médias recorrentes são comuns em crianças com fendas orofaciais.

Fonte: Bibliomed (www.bibliomed.com.br)