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Pesquisa Avalia Dentes dos Brasileiros

Como anda a saúde bucal dos brasileiros? Para responder esta difícil pergunta, o Governo federal, com a ajuda da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Conselho Federal de Odontologia e universidades, vai realizar uma pesquisa nacional em 250 municípios. Durante três meses, 175 mil pessoas com idade entre 18 meses e 74 anos de idade serão examinadas. Além de cáries, a pesquisa pretende registrar doenças bucais que afetam a população, como câncer, fluorose e fendas lábio-palatais.

A última pesquisa sobre saúde bucal foi realizada no Brasil em 1996. Mas naquela época, foi analisada apenas a incidência de cáries entre os estudantes de 6 a 12 anos. O resultado de 1996 mostrava que as crianças com 12 anos de idade tinham, em média, 3,06% dos dentes cariados. Para realizar a pesquisa, o Ministério da Saúde repassará R$ 879 mil à Associação Brasileira de Odontologia. Cada equipe que vai percorrer o Brasil será formada por odontólogos, técnicos de higiene bucal e atendentes de consultório dentário.

Os números da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), realizada em 1998 pelo IBGE, mostram como esse levantamento é necessário. No Brasil, 18,7% da população nunca foi ao dentista. Entre os brasileiros que ganham até um salário mínimo, o número de pessoas que nunca esteve num consultório dentário é nove vezes maior que o número das que ganham mais de 20 salários.

A primeira meta é que o país chegasse ao novo milênio com 50% das crianças de 5 anos de idade livres de cárie. Numa pesquisa estadual em São Paulo, observou-se que em 1998 apenas 39% das crianças paulistas estavam livres de cárie.

Esta porcentagem caiu para 38% nas escolas públicas e aumentou para 59% nas escolas privadas. Se essa é a situação em São Paulo – estado mais rico da Nação – os números nacioinais devem ser ainda mais distantes do ideal.

A segunda meta é que as crianças, aos 12 anos, tenham 3 cáries ou menos. Segundo artigo publicado na revista Odontologia e Sociedade, o número médio de cáries estimado para 1980 era de 7,3. Em 1986 o número caiu para 6,7 e o encontrado em 1996 foi 3,1 , muito próximo da meta da OMS.

Terceira meta: Aos 18 anos de idade, 85% das pessoas devem apresentar todos os dentes permanentes presentes. Pesquisa feita em 1986 indica que apenas 33% dos brasileiros estavam nessa condição. No Estado de São Paulo, onde a situação era melhor, essa porcentagem chegava a 43%.

A quarta meta estipulada pela OMS é que, na faixa etária de 35-44 anos, 75% das pessoas devem apresentar pelo menos 20 dentes em condições funcionais. Mais uma vez os números nacionais não são muito confiáveis, mas a ABO admite que essa meta dificilmente foi atingida.

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