Folhetos de saúde

Despertar anormal

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O que é o despertar anormal?

O quadro denominado despertar anormal constitui-se num conjunto de distúrbios que apresentam em comum o fato do doente ter dificuldade em adormecer, ou então acordar frequentemente à noite, resultando numa percepção de sono não restaurador e inadequado.

Tais distúrbios são a apnéia do sono, síndrome das pernas inquietas, mioclonia noturna e movimentos períodos dos membros, além de condições associadas com dor crônica.

Quais as características de cada distúrbio?

A síndrome das pernas inquietas caracteriza-se pela necessidade de movimentar as pernas constantemente, eventualmente associada a percepções alteradas nos membros inferiores, tais como formigamentos. Estes sintomas tendem a aparecer no início do sono, interferindo, portanto, na capacidade de adormecer. Algumas atitudes, como caminhar, esfregar ou movimentar os membros inferiores costuma reduzir a intensidade do quadro.

Os movimentos períodos dos membros habitualmente acompanham o quadro de síndrome das pernas inquietas. Tais movimentos são a flexão repetitiva e rápida do dedão do pé, ou o ato de dobrar o pé para baixo.

A mioclonia noturna é caracterizada pela ocorrência de abalos corporais ou de um membro no início do sono. Tais movimentos são bastante comum comuns, sendo que cerca de 80% das pessoas podem apresentá-los, sendo que isto não necessariamente indique a presença de uma doença. Porém, quando tais abalos ocorrem durante os estágios intermediários ou finais do sono, habitualmente constituem uma característica anormal.

A apnéia do sono será tratada em um texto específico, dadas as suas múltiplas implicações.

Qual o tratamento?

O tratamento dos distúrbios do despertar anormal deve ser individualizado, conforme a intensidade dos sintomas, o grau de repercussão da doença na vida da pessoa, e o tipo específico de distúrbio presente.

A síndrome das pernas inquietas pode ser tratada com medicamentos que alteram as vias de transmissão motora do sistema nervoso central (ex: levodopa, bromocriptina), ou então com fármacos da classe dos benzodiazepínicos (ex: clonazepam).

Os movimentos periódicos dos membros são geralmente tratados com medicamentos da classe dos benzodiazepínicos (ex: clonazepam).

A mioclonia noturna habitualmente não exige tratamento, sendo um distúrbio autolimitado.

É importante frisar que o tratamento deve ser acompanhado pelo médico habilitado no manejo destas doenças.

Lembre-se, somente o médico poderá orientá-lo na abordagem desta condição.

Fonte:

Simon RP, Sunseri MJ. Distúrbios do sono e do despertar. In: Goldman L, Bennet JC. CECIL Tratado de Medicina Interna. 21a ed, editora Guanabara Koogan S.A. RJ, 2001: 2265 – 2269.