Teste experimental pode detectar o autismo em bebês

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Saúde do bebe e da criança

03ene01Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, desenvolveram um teste capaz de prever a possibilidade de desenvolvimento do autismo em crianças com idade inferior a um ano de idade. A nova técnica experimental usa a triagem cerebral padrão, e é projetada para se concentrar exclusivamente em recém-nascidos que possuem casos de autismo na família.

Geralmente, o autismo não apresenta sintomas nos dois primeiros anos de vida, o que dificulta o diagnóstico precoce e início do tratamento. Usando exames de ressonância magnética para analisar o tamanho, a área de superfície e a espessura de determinadas partes do córtex cerebral de bebês de seis a 12 meses, e comparando com a medida padrão, os pesquisadores descobriram que é possível prever o risco de autismo com até 90% de exatidão.

A nova abordagem de triagem foi testada em aproximadamente 150 crianças, das quais mais de 100 foram consideradas como tendo alto risco de desenvolver autismo por causa de antecedentes familiares. Recém-nascidos que têm irmãos mais velhos já diagnosticados com autismo enfrentam um risco cinco vezes maior de desenvolver o autismo.

Os exames de ressonância magnética foram conduzidos nos bebês nas marcas de seis meses, um ano e dois anos. Este é um período de tempo durante o qual os sintomas óbvios do autismo são poucos, apesar da possível evidência de disfunção motora e/ou mental.

As principais medições cerebrais foram então alimentadas em um algoritmo gerado por computador, que calculou o risco para autismo em pontuações com base em duas observações: as crianças que desenvolvem autismo pela idade dois anos parecem sofrer crescimento da superfície cerebral acelerado entre seis meses e um ano; e o crescimento acelerado da área de superfície do cérebro no primeiro ano de vida está ligado a um maior tamanho global do cérebro no segundo ano de vida. Este crescimento cerebral é um marcador estabelecido para o risco de autismo.

Ao completarem dois anos, dez dos bebês testados foram diagnosticados com autismo, dos quais oito casos foram previstos pelos especialistas. Além disso, a abordagem foi quase perfeita na previsão de que os bebês de alto risco não desenvolveria autismo pela idade 2de dois anos.

O estudo foi publicado na edição de 15 de fevereiro da revista Nature.

Fonte: Nature, 15 de fevereiro de 2017

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