Mais de 30 anos desde a aprovação do Americans with Disabilities Act (ADA), alguns médicos nutrem preconceitos em relação às pessoas com deficiência e até evitam ativamente aceitá-las como pacientes, segundo um novo estudo da Northwestern University Feinberg School of Medicine in Chicago, nos Estados Unidos.
Em discussões de grupos focais com cerca de duas dúzias de médicos dos EUA, os pesquisadores descobriram que muitos disseram que não tinham conhecimento e habilidade para cuidar de pacientes com deficiência. Até acomodações físicas básicas, como prédios acessíveis e equipamentos médicos, eram um problema.
Quando questionados sobre como mediram o peso de um cadeirante, alguns médicos disseram que enviaram o paciente para um supermercado, elevador de grãos ou zoológico.
Mas enquanto alguns médicos disseram que fizeram o melhor que podiam, outros expressaram atitudes negativas dizendo que os pacientes com deficiências tinham “direito” ou que cuidar deles era um fardo. Alguns acreditavam que a ADA – uma lei de 1990 que proíbe a discriminação com base na deficiência – funciona contra a profissão médica.
Uma disposição da lei exige espaços amigáveis para pessoas que usam cadeiras de rodas, scooters, bengalas e outros dispositivos para se locomover. Os provedores médicos também devem fornecer intérpretes de linguagem de sinais para surdos e ser capazes de transferir pacientes com deficiência de uma cadeira para uma mesa de exame.
Em alguns casos, os médicos disseram que rotineiramente inventavam desculpas para evitar cuidar de pacientes com deficiência. Essas variavam de “não aceito mais novos pacientes” a “não sou o médico para você”.
Fonte: Health Affairs. DOI: 10.1377/hlthaff.2022.00475.