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Obesidade Abdominal e a Síndrome Metabólica

Neste artigo:

- Introdução
- Obesidade abdominal
- Síndrome Metabólica
- Estratégias de tratamento

Introdução

A obesidade é uma doença crônica não transmissível (DCNT), descrita como acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que pode causar sérios problemas à saúde, como as doenças cardiovasculares (DCV), diabetes, distúrbios músculoesqueléticos e alguns tipos de cânceres. Estima-se que, desde 1975, as taxas de obesidade na população adulta triplicaram, e entre crianças e adolescentes esse aumento foi ainda mais significativo, chegando a um aumento de quase cinco vezes!

Pela definição da Organização Mundial da Saúde, obesidade é o excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso e já podem apresentar problemas de saúde decorrentes desse excesso de peso.

Obesidade abdominal

A obesidade abdominal, também conhecida como androide, é caracterizada pelo aumento do acúmulo de gordura na região do abdômen. Ela é considerada m fator de risco independente para diversas morbidades, representando risco diferenciado quando comparada com outras formas de distribuição de gordura corporal.

Diversos estudos demonstraram que um acúmulo predominante de células gordurosas na região abdominal leva a um aumento de risco de doença cardiovascular e morte prematura; as alterações metabólicas associadas com obesidade abdominal incluem as dislipidemias, resistência à insulina, diabetes de tipo 2 (diabetes do adulto), síndrome metabólica, inflamações e trombose.

Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais claro que a distribuição de gordura é importante quando considerar os riscos de obesidade. Foi sugerido na década de 40 que o risco cardiovascular e metabólico está mais intimamente relacionado com a obesidade "androide" (obesidade abdominal ou corpo em "forma de maçã") do que com a obesidade "ginoide" (obesidade corporal mais baixa ou corpo "em forma de pera").

Simultaneamente, surgiram novos dados com relação ao vínculo entre o risco cardiovascular e a obesidade abdominal, especialmente o significado de gordura intra-abdominal (aquela que fica armazenada dentro da cavidade abdominal, ao redor dos principais órgãos) como um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. A obesidade abdominal pode simplesmente ser medida pela circunferência da cintura, mas podem ser ainda usados métodos de imagem como a tomografia computadorizada (TC) ou a Ressonância Magnética por Imagem (RM).

Síndrome Metabólica

A Síndrome metabólica é uma doença associada à obesidade, e tem como base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da glicose). Ela diminui a ação da insulina nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue.

São considerados fatores de risco: a quantidade de gordura abdominal, que pode ser medida através da circunferência da barriga; baixos níveis de HDL; níveis elevados de triglicerídeos; pressão arterial alta; e glicose elevada. A combinação de três ou mais desses fatores é um sinal de resistência à insulina.

Os pacientes com síndrome metabólica têm pelo menos um risco duas vezes maior de doença cardiovascular em comparação com aqueles pacientes sem a mesma. O risco de diabetes está também aumentado em aproximadamente cinco vezes pela síndrome metabólica, tanto em homens como nas mulheres.

Tratamento

O tratamento da Síndrome Metabólica passa, principalmente, pela perda de peso. Para isso, o paciente pode ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar que vai ajudá-lo a mudar o estilo de vida, melhorando hábitos alimentares e aumentando a prática de exercícios físicos. Em alguns casos, é indicado o uso de medicamentos para controlar os níveis de glicose, colesterol e pressão, sendo que estes devem sempre ser indicados por um médico.

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