Artigos de saúde
Muitas vezes escutamos falar, em linguagem popular, de “personalidade” fazendo referência a uma realidade herdada que não muda e que é permanente. Atribui-se a essa “personalidade” o tipo de comportamento de cada pessoa. Mas, na verdade, a realidade é bem diferente, pois o termo personalidade nada mais é do que uma palavra que descreve um conjunto de condutas habituais numa pessoa.
É assim como utilizando o termo personalidade para explicar tudo, finalmente não conseguimos explicar nada.
Geralmente ficamos pensando por que uma pessoa é extrovertida ou tímida e a resposta mais comum é: “Porque a sua personalidade é assim”. Esse tipo de resposta é semelhante a dizer: P: “Por que fulano é tão veloz correndo?”
R: Porque ele é rápido.
O verdadeiro motivo de ser veloz não deveria ser procurado na suposta rapidez, mas no tipo de musculação, alimentação, tempo de treinamento, etc.
Esse exemplo ajuda a compreender que a mesma coisa acontece com conceitos psicológicos tais como extroversão, introversão, timidez, agressividade, etc, pois esses termos não explicam coisa nenhuma. A verdadeira origem de todo comportamento reside no aprendizado que a pessoa realizou durante toda a sua vida.
A realidade é que os comportamentos são aprendidos através de diferentes mecanismos e quando examinamos condutas, a herança genética não é a de maior peso.
Todos os comportamentos, pelo fato de serem aprendidos, podem ser modificados e melhorados. Inclusive, apesar de que uma conduta ser muito enraizada, sempre poderá ser mudada.
Grande parte do nosso comportamento está voltado ao relacionamento que estabelecemos com as outras pessoas e, nessa inter-relação, podemos nos apresentar de 3 maneiras:
- PASSIVOS: via de regra, a pessoa passiva, cala ou dissimula as suas próprias idéias através de diferentes meios. Se nos considerarmos inferiores aos outros e antepomos os seus desejos e preferências aos nossos, certamente não diremos aquilo que pensamos.
- AGRESSIVOS: quando consideramos que os outros estão num nível inferior ao nosso; que os seus desejos ou os seus direitos não valem muito confrontados aos nossos e que, mais do que nada devemos impor a nossa opinião, agimos de maneira agressiva.
Entre esses dois modos de inter-relação com as pessoas (passiva e agressiva) existe um terceiro modo que seria o adequado. Denomina-se ASSERTIVO.
-ASSERTIVO: quando interagimos com os outros num nível de igualdade, permanentemente levamos em consideração os nossos direitos, bem como os direitos das outras pessoas. É nesse momento no qual estamos sendo ASSERTIVOS, ou seja, manifestamos como nós somos em verdade, podemos dizer as coisas de modo adaptativo, segundo os nossos direitos, mas sem agredir ninguém, com um tom de voz, posição e olhar adequados.
Seja qual for o nosso estilo de conduta, como já dissemos, sempre poderá ser modificado. Para melhorarmos, devemos levar totalmente a sério esse objetivo e estarmos dispostos a assumirmos riscos.
Para Ser Uma Pessoa Mais Assertiva é Necessário:
- O desejo real de mudar
- A vontade de aceitar certos riscos
- Aprender a avaliar-se com a mesma escala que usa para avaliar as outras pessoas. (positivamente)
- Aceitar que todos erramos muitas vezes.
- Compreender que não existe uma resposta exata, precisa e perfeita para cada situação.
- Não exigir soluções mágicas aos problemas.
- Aceitar que a mudança não ocorrerá de improviso.
- Projetar metas e objetivos modestos e razoáveis.
- Aceitar que a aquisição de novas condutas requer de esforço e prática.
Finalmente, devo dizer que se você realmente está interessado em produzir uma mudança na sua conduta ou comportamento, você começou a dar os primeiros passos:
O primeiro: ser cônscio de sua forma habitual de comportamento (passivo – agressivo - assertivo)
O segundo: reconhecer os principais direitos que você deve outorgar a si próprio e aos outros.
O terceiro: aprofundar o modo de compreender como os seus pensamentos e crenças influem nos seus sentimentos e como, a partir deles, surge a sua conduta.
Finalmente, e como último ponto, se você conseguir mudar, será necessário testar as novas capacidades de conduta todas as vezes que for necessário.
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