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Casais se Precipitam ao Recorrer a Tratamento de Fertilização

Por Chris Cunningham

NOVA YORK (Reuters Health) - Algumas vezes as mulheres recorrem prematuramente a tecnologias como fertilização in vitro para ficar grávidas sem entender seus ciclos reprodutivos e o momento em que estão mais propensas a engravidar, segundo levantamento do Congresso Mundial sobre Fertilidade e Esterilidade.

Conforme o estudo, cerca de 20 por cento "de todos os casais procuram tratamento para infertilidade sem necessidade já que, na verdade, simplesmente não engravidam porque não têm a relação sexual no momento correto".

A infertilidade afeta 6,1 milhões de mulheres e homens norte-americanos com frequência quase igual. Muitas mulheres apelam a tratamentos para infertilidade antes do necessário.

Em resposta ao problema, a American Infertility Association (AIA), uma organização sem fins lucrativos de defesa de pacientes, publicou um novo conjunto de orientações para ensinar as mulheres a reconhecer o período fértil em cada mês.

"Nossa causa é aumentar a consciência (sobre a infertilidade)", disse à Reuters Health a diretora-executiva do AIA, Pamela Madsen.

"Temos feito um bom trabalho na prevenção de gravidez, mas o trabalho é terrível quando se trata de ensinar sobre infertilidade", avaliou Madsen.

Geralmente, o período mais fértil da mulher é normalmente cinco ou seis dias depois da ovulação, momento em que o óvulo é liberado do ovário.

Entender esse "timing" é fundamental porque mesmo sabendo que o esperma pode viver até muitos dias dentro do aparelho reprodutivo feminino, o óvulo sobrevive apenas 24 horas depois da ovulação.

A idade faz parte do problema da infertilidade, explicou Madsen. "As mulheres nascem com todos os óvulos que vão ter. À medida que envelhecem, os óvulos começam a envelhecer também e quando se aproximam da menopausa, a qualidade dos óvulos já está deteriorada", informou Madsen.

Como os casais atualmente estão tendo filhos mais tarde, vão experimentar a infertilidade quando começam a formar suas famílias.

As chances de engravidar em um mês diminui de 20 por cento nas mulheres acima de 30 anos para 5 por cento nas mulheres acima de 40 anos.

Embora recentes avanços em medicamentos, microcirurgias e fertilizações in vitro tenham tornado a gravidez possível para mais da metade dos casais que procura tratamentos, Madsen sugere que simplesmente aprender sobre os ciclos do corpo pode ajudar a mulher a engravidar a um custo menor e de uma forma menos invasiva.

Marcar o ciclo menstrual em um calendário para determinar os dias em que a mulher está mais suscetível a ovular é uma forma. Outras maneiras incluem usar um termômetro especial para registrar a temperatura basal do corpo, que aumenta levemente pouco antes da ovulação.

Medir a temperatura basal do corpo toda a manhã durante a semana que a ovulação tende a ocorrer pode ajudar a determinar o momento da ovulação, assim como pode monitorar o muco produzido pelo colo uterino que tende a mudar de consistência durante o período da ovulação.

Madsen também sugere o monitor de fertilidade caseiro, um aparelho que mede os níveis de estrogênio e do hormônio luteinizante (HL) na urina e indica se a ovulação ocorreu, e o kit previsor de ovulação, que também mede os níveis de HL. Ambos podem ser adquiridos em farmácias sem receita médica.

Conforme Madsen, se as mulheres estão usando esses métodos, fazendo o sexo coincidir com a ovulação e continuam sem engravidar, é hora de procurar um médico.

Um mulher com menos de 35 anos tentando engravidar deveria usar esses métodos de "timing" por não mais de um ano, disse Madsen. Já uma mulher com mais de 35 anos deveria usar esses métodos apenas por seis meses antes de procurar ajuda médica de um endocrinologista especializado em reprodução.

Mais informações sobre como determinar o período fértil pode ser obtidas no site da AIA, http://www.americaninfertility.org.

Sinopse preparada por Reuters Health

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