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Alemanha Deve Rever Veto a Pesquisa com Embrião Humano

Por Mark John

BERLIM (Reuters) - O governo alemão declarou na quinta-feira que pode rever a proibição de dez anos da produção de embriões humanos, em meio ao debate intensificado pelo movimento na Grã-Bretanha de relaxar as leis sobre clonagem.

Com profundas preocupações públicas sobre o assunto em um país que ainda lembra das tentativas nazistas de produzir 'a raça superior', a ministra da Saúde, Andrea Fischer, disse que o governo deveria procurar um amplo consenso antes de agir.

"Temos uma proteção legal para embriões baseada em regras muito estritas e apenas começamos o debate porque já tem dez anos e muita coisa aconteceu desde então", disse Fischer em declaração à Radio Alemanha Ocidental.

"Devemos ter nosso tempo e não há razão para ter uma reação baseada na decisão britânica", ela disse. Fischer é membro do partido Verde, parceiro na coalizão de centro-esquerda do chanceler Gerhard Schoroeder.

A ministra disse que convidaria o Parlamento no começo da próxima semana para começar consultas sobre a mudança da lei de proibição de produção de embriões humanos.

O chefe do governo britânico Liam Donaldson, disse na Quarta-feira que a clonagem terapêutica deveria ser permitida para clonar células tronco de embriões para desenvolver tratamentos de doenças.

Provocar o crescimento e o uso das células-tronco - que se desenvolvem em todos os diferentes tecidos do corpo - é polêmico, porque é efetivamente criar vida humana e também matar.

Líderes das Igrejas Protestantes e Católica têm dito que a clonagem é moralmente errada. "Nosso passado bárbaro é uma razão a mais para se opor a isso", disse Thomas Krueger, porta-voz da Igreja Evangélica (Luterana), em referência aos esforços nazistas para criar a raça pura.

Alguns políticos e cientistas têm alertado que a Alemanha poderia ficar fora de um nova ramo valioso da medicina.

"A questão é - posso produzir células que podem tudo, mas que não podem se tornar humanas? Se é isso, então digo com sim com convicção para as pesquisas com célula-tronco", disse Margot von Renesse, membro do Partido Social-Democrata e chefe do comitê ético médico do Parlamento ao jornal Rheinische Post.

Contudo, as vozes discordantes são maioria. O presidente da associação nacional de médicos, Joerg Dietrich Hoppe, insiste que o governo britânico deveria esperar um consenso europeu sobre o assunto.

Um grupo de cientistas alemães declarou em junho que planejam explorar este ano uma lacuna na atual lei que permite realizar experiências com células-tronco, desde que sejam importadas.

Sinopse preparada por Reuters Health

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