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Acupuntura pode ser excelente aliada no controle das dores de origem odontológica

24 de Março de 2003 (Bibliomed). Reconhecida como especialidade médica no Brasil desde 1995, o uso terapêutico das agulhas vem ganhando cada vez mais adeptos entre cirurgiões dentistas. A técnica milenar chinesa pode ser usada no controle de dores de dente e periodontais (região que abrange a gengiva e o osso que sustenta os dentes); dores de cabeça de origem muscular ou causadas por processos degenerativos; e no combate a inflamações e náuseas que afetam alguns pacientes.

O professor Wagner de Oliveira, coordenador do Centro de Oclusão e Articulação Temporomandibular da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de São Paulo (COAT/FO/UNESP), campus de São José dos Campos, explica que a técnica garante a diminuição das dores e inflamações, além da redução do sangramento, em pós-operatórios de cirurgias bucais. Isso é possível porque a acupuntura estimula principalmente a produção de três neurotransmissores: a endorfina, a beta-endorfina e o ACTH.

As duas primeiras são poderosos analgésicos, e a terceira tem ação antiinflamatória. Outra vantagem apontada pelo professor é que a acupuntura tem ação imediata da acupuntura, enquanto os analgésicos levam até uma hora para surtir efeito.

O professor explica, entretanto, que essa técnica não é capaz de substituir os anestésicos, que eliminam a sensibilidade à dor, tato e temperatura e são utilizados em cirurgias e outros procedimentos odontológicos. Wagner ressalta ainda que o controle da dor pela acupuntura não anula a necessidade do tratamento para eliminar a causa do problema.

A acupuntura pode ser local, com a colocação das agulhas na região onde o problema se manifesta, ou sistêmica, na qual a sua inserção em dados pontos produz efeitos em outras partes do corpo. Muitos acupunturistas usam agulhas estimuladas eletricamente, o que potencializa o efeito do tratamento. “A acupuntura pode contribuir muito para a Odontologia, porque em vez de ver a estrutura bucal isoladamente concebe o indivíduo como um todo”, argumentou o professor.

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