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Recife utiliza dispositivo para monitorar Aedes aegypti

Belo Horizonte, 13 de Março de 2002 (Bibliomed). O Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco acaba de fazer a adaptação de um equipamento que será utilizado no controle do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Trata-se de um equipamento que foi batizado de Ovitrampa. O dispositivo foi criado em 1965 para monitorar a presença do mosquito transmissor e agora será utilizado como armadilha.

Os estudantes estão instalando o equipamento no próprio Campus e a intenção é disseminar o uso em todas as áreas de infestação. O equipamento possui um depósito escuro com uma espécie de “chá de gramíneas” dentro dele. O cheiro da infusão atrai a fêmea do mosquito e o ambiente a estimula a depositar os ovos.

A postura é feita em uma palheta de madeira removível, colocada também no interior da armadilha. O suporte é retirado a cada 15 dias e os ovos são destruídos. Se houver eclosão nesse período, as larvas são mortas por um inseticida biológico que é misturado ao “chá”.

Testes comparativos realizados em 101 quarteirões do bairro Engenho do Meio, em Recife, mostraram que o Ovitrampa é mais eficiente que pesquisa de busca de criadouros do mosquito realizada por profissionais. Na área de testes, a pesquisa larvária detectou a presença do Aedes aegypti em três quarteirões, o correspondente a 2,9% de índice de positividade. Já com o uso da armadilha, esse índice aumentou para 80,2%, ou seja, o equipamento revelou que o inseto estava presente em pelo menos 80 dos 101 quarteirões pesquisados.

Enquanto isto, na Baixada Santista e na região de Campinas, áreas de São Paulo onde se concentra a maioria dos casos de dengue, ainda não chegou reforço do exército para controlar a doença. A Funasa alega que o motivo é o fato de ainda não haver uma avaliação técnica sobre quantos homens serão necessários.

Duzentos soldados começaram a atuar em São Paulo na semana passada. Em menos de dez dias, o estado teve um crescimento de 79% no número de casos de dengue, alcançando mais de três mil notificações. Somente a Baixada Santista e região de Campinas respondem por 77% dos casos.

De acordo com a Funasa, o exército poderá liberar até mil homens para atuar na capital, grande São Paulo e litoral de Campinas. Cada soldado receberá R$ 17 por dia. O convênio vai até o dia 31 de maio. Os picos dos casos costumam acontecer em março e abril.

A capital paulista tem apenas 11 casos de dengue confirmados. Os três registros de dengue hemorrágica estão nas áreas onde a situação é mais dramática, dois em Campinas e um em Santos.

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