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Pesquisa revela mosquito do dengue resistente a inseticidas

16 de Junho de 2003 (Bibliomed). É necessário monitorar constantemente a resistência do Aedes aegypti (principal mosquito transmissor do vírus do dengue) a inseticidas de modo que os produtos mais adequados possam ser selecionados para combater esse mosquito. A orientação é do pesquisador José Bento Pereira Lima, que encontrou populações do Aedes aegypti resistentes a inseticidas em municípios dos estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo, Sergipe e Alagoas, durante a realização de sua dissertação de doutorado em biologia parasitária, defendida no dia 30 de maio no Departamento de Entomologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O trabalho foi desenvolvido em colaboração com o Programa Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti, coordenado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

O pesquisador realizou experimentos no Instituto de Biologia do Exército para avaliar e monitorar a resistência a inseticidas de populações de Aedes aegypti provenientes desses quatro estados e constatou que algumas populações do mosquito eram resistentes ao temefós (produto tradicionalmente usado no combate às larvas do mosquito do dengue) e que diferentes formulações dos produtos alternativos Bti e Metoprene, que também eliminam formas imaturas desse inseto, não mantêm sua atividade por muito tempo no clima do Rio. Para o pesquisador faz-se necessário a formulação de novos inseticidas capazes de deter esses mosquitos. Hoje, estima-se que o Aedes aegypti esteja presente em cerca de quatro mil municípios do país.

Cerca de 50 milhões de casos de dengue são registrados anualmente no mundo, sendo que 500 mil pacientes sofrem de dengue hemorrágico (a forma mais severa da doença) e 12 mil vêm a falecer em decorrência da infecção. No Brasil, a última epidemia de dengue, ocorrida em 2002, atingiu quase 800 mil pessoas. O Aedes aegypti também é responsável pela transmissão do vírus da febre amarela urbana.

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