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Plantas com propriedades medicinais servem de matéria-prima para desenvolvimento de produtos contra acne

Belo Horizonte, 07 de Março de 2002 (Bibliomed). O Grupo Multidisciplinar em Plantas Medicinais da Universidade Federal de Pernambuco (Gemplan) desenvolveu uma nova linha de produtos cosméticos feitos à base de plantas com propriedades medicinais. Três extratos se mostraram eficientes para controlar a oleosidade da pele e prevenir a formação de acne. Folhas novas e caule de goiaba vermelha, cascas do fruto da romã e partes do pseudofruto do caju roxo foram usados como matéria-prima em pesquisas do Gemplan iniciadas há mais de dois meses.

Até que os produtos cosméticos e medicinais sejam colocados no mercado para venda, serão necessários outros dois anos de estudos. Etapas importantes ainda serão realizadas, como testes pré-clínicos, clínicos e toxicológicos.

O fator antibactericida dessas espécies de plantas está nas substâncias de nome polifenóis do grupo dos taninos, que atacam as paredes lipoprotéicas das células dos microorganismos causadores da acne. Os extratos são obtidos por meio de processos hidroalcoólicos.

O extrato de caju roxo é o de maior concentração entre as substâncias e tem grande poder antibactericida. Os pesquisadores identificaram que seu extrato oferece aderência no esmalte dos dentes, o que foi identificado através de aplicação tópica. Por esse motivo, está sendo desenvolvido também um gel de uso odontológico para a prevenção de formação de placas bacterianas.

Outros produtos na área de cosméticos devem ser desenvolvidos a partir de diferentes plantas com propriedades medicinais. Entre as estudadas pelo Gemplan estão frutas ricas em vitaminas, tais como acerola, jabuticaba, pitanga, caju comum e maçã.

As pesquisas do Grupo Multidisciplinar em Plantas Medicinais da Universidade Federal de Pernambuco estão sendo realizadas em conjunto com a Universidade de Montpellier, da França, e contam com a participação de seis pesquisadores e dois pós-graduandos. Especialistas colaboradores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal da Bahia (UFBA) também auxiliam nos trabalhos.