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Cientistas do Piauí buscam novos tratamentos contra Leishmaniose

Belo Horizonte, 14 de Setembro de 2001 (Bibliomed). Quatro pesquisadores da Universidade Federal do Piauí estão estudando a seqüência dos genes do protozoário Leishmania chagasi, causador da leishmaniose visceral ou calazar. O objetivo da pesquisa é descobrir novos medicamentos para o tratamento eficaz da doença e abrir caminhos para o desenvolvimento de uma vacina.

O estudo, liderado pelo cientista Adail Castro, faz parte de uma pesquisa mais ampla, com 150 mil seqüências genéticas, do Programa Genômico Nordeste. O Piauí foi escolhido para fazer a primeira série de 10 mil seqüências genômicas porque a Universidade Federal montou, há mais de um ano, o Laboratório de Imunogenética e Biologia Molecular.

A pesquisa vai envolver 12 universidades do Nordeste e será feita a partir de material genético produzido na Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Em laboratório, o DNA do protozoário vai ser copiado e parte dele, introduzido em bactérias geneticamente modificadas.

Essas bactérias serão capazes de produzir o que os pesquisadores chamam de "bibliotecas", pedaços do DNA com uma série de informações genéticas que precisam ser seqüenciadas.

Essa parte do estudo - o seqüenciamento - será feita em Teresina, pelos pesquisadores da Universidade Federal do Piauí. Eles vão receber as bactérias vindas do Recife, retirar delas parte do DNA e levar para o seqüenciador, um complexo equipamento comprado com recursos de um financiamento de R$ 250 mil, do Banco do Nordeste.

O seqüenciador vai ordenar as bases que compõem a "cópia" do DNA da Leishmania chagasi. As informações genéticas conseguidas com o ordenamento das bases do DNA vão orientar os pesquisadores na descoberta de novas "armas" contra a leishmaniose.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), são registrados no mundo 500 mil novos casos da doença a cada ano. No Brasil, 87% dos casos aparecem no Nordeste. A leishmaniose visceral é fatal quando não há diagnóstico precoce e tratamento adequado. Nos cães, os hospedeiros do protozoário causador da doença, ela é incurável. Por isso, os animais devem ser sacrificados.

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