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Crianças Não Ingerem Quantidades de Ferro, Zinco e Vitamina E Suficientes

NEW YORK, (Reuters Health) – Muitas crianças nos EUA não consomem quantidades adequadas de ferro, zinco e vitamina E entre o primeiro e segundo ano de vida, colocando-as sob risco aumentado de atraso de crescimento e desenvolvimento assim como o aumento da probabilidade de contraírem doenças.

De acordo com pesquisadores que revisaram as dietas de crianças com idades entre 12 e 18 meses, as calorias totais aumentam adequadamente e a ingestão de certos nutrientes chave como vitaminas A, C, B, D e cálcio permanecem acima dos níveis recomendados.

Contudo, o zinco e a vitamina E caem “bem abaixo” das recomendações, e a ingestão de ferro decresce significativamente entre muitas crianças.

Os pesquisadores acreditam que os resultados de seu estudo levantam a necessidade de recomendações dietéticas para crianças entre 1 e 2 anos de idade. Durante este período, os estilos de alimentação dos adultos começam a substituir o leite materno e as fórmulas infantis.

As recomendações, publicadas na Pediatrics, devem enfatizar alimentos usualmente consumidos como cereais, que foram encontrados como os fatores contribuintes para a ingestão de ferro e vitamina E; carne, que contribui para a ingestão de ferro e zinco; e produtos lácteos, que também contém zinco.

“As necessidades dietéticas para o crescimento e manutenção necessitam de transição para uma dieta densa em nutrientes, porque a porcentagem de calorias provenientes do leite e fórmulas infantis diminui rapidamente”, de acordo com a Dra. Mary Frances Picciano e colaboradores da Pennsylvania State University no University Park.

O zinco é um mineral que é essencial ao desenvolvimento e crescimento. Ele também ajuda a manter a capacidade do sistema imunológico de combater doenças infecciosas e diarréia.

A vitamina E, uma importante vitamina antioxidante, tem sido ligada a taxas mais baixas de doenças. Ingestão adequada de ferro previne a anemia e é essencial ao desenvolvimento cognitivo e motor. De acordo com os pesquisadores, os efeitos da deficiência precoce de ferro podem ser irreversíveis.

Para investigar as dietas das crianças no segundo ano de vida, foram entrevistados pais de 55 crianças no período em que as crianças completaram 12 meses até os 18 meses de idade. A cada mês, os pesquisadores pesaram as crianças e mediram a altura e a gordura corporal para verificar o crescimento.

Os pesquisadores observaram que muitas crianças não apenas tinham deficiência em algum nutriente chave, mas que um terço delas consumia menos de 30% das calorias provenientes de gorduras aos 18 meses de idade. Os nutricionistas não recomendam dietas com baixas gorduras para crianças abaixo da idade de 5 anos porque estas dietas podem não proporcionar calorias suficientes para obtenção de crescimento e desenvolvimento adequados. Além disto, dietas pobres em gorduras podem tornar difícil a obtenção de níveis adequados de alguns nutrientes.

Além disto, nenhuma criança que consumia menos de 30% das calorias provenientes de gorduras atingiram níveis recomendados de ingestão de vitamina E aos 12 meses, e apenas uma criança atingiu a ingestão recomendada de vitamina E aos 18 meses. A vitamina E é encontrada em alimentos ricos em gorduras como óleos.

A Dra. Picciano e colaboradores escrevem que seu estudo não verificou se os pais restringiam conscientemente a gordura na dieta das crianças. Eles observam, contudo, que seus resultados refletem os resultados de uma recente pesquisa nacional, que encontrou que muitos pais nos EUA alimentam suas crianças com dietas pobres em gorduras no segundo ano de vida.

Fonte: Pediatrics 2000;106:109-114.

Sinopse preparada por Reuters Health

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