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Síndrome do Apagão, a mais nova endemia

São Paulo, 23 de Maio de 2001 (eHealthLA). A possibilidade de ocorrerem apagões já anda mexendo com os nervos das pessoas. Não bastasse a insegurança do dia-a-dia, o cidadão brasileiro acrescentou mais uma expressão no seu dicionário de saúde: a “síndorme do apagão”, que a psicoterapeuta Etles Maziero define como a mais nova endemia - endemia porque só acontece no Brasil – alterando, para maior, o nível de estresse das pessoas.

Viver com estresse é o cotidiano das pessoas que habitam as médias e grandes cidades brasileiras, seja pelo ritmo da competição profissional e social, seja pelo trânsito ou pela falta de segurança nas ruas.

Com mais esse risco, uma espécie de espada de Dâmocles sobre as cabeças, as pessoas estão mais inquietas, constata Etles Maziero, terapeuta clínica e diretora da EM Consultoria. “Alguns de meus pacientes já identificaram e se queixam de dores de cabeça permanentes e insônia nesses últimos dias”.

Essa pressão, originária das notícias sobre os apagões, deixa as pessoas por demais apreensivas, provocando-lhes aumento na dose de ansiedade.

“E se a ansiedade é alta, suas condições psíquicas poderão determinar uma conseqüência drástica, paralisante, ligada a temores primitivos, da ansiedade persecutória”, explica Fernando Falabella Tavares de Lima, diretor clínico do Netpsi (Núcleo de Estudos e Temas em Psicologia) e assistente técnico do Centro de Apoio à Infância e Adolescência do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Na observação de Fernando Lima, frente a esta ansiedade, “a reação é de paralisia, não de fuga”. Logo, a produtividade nacional poderá cair a níveis brutais. E as pessoas poderão se sentir não só mais inseguras, como somatizarem alguns aspectos desta “síndrome do apagão”.

De acordo com Etles Maziero, esse nível de estresse pode levar às disfunções metabólicas, “como aumento ou diminuição da pressão arterial, enxaqueca, desconfortos gastrointestinais, desorganização do sono e até mesmo à obesidade, motivada pela ansiedade que provoca a compulsão à alimentação”.

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