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Crises de Epilepsia Podem Ser Confundidas com Ataque de Pânico

24 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Um episódio de medo súbito e irracional geralmente é considerado ataque de pânico, mas um novo estudo sugere outra possibilidade -- a epilepsia.

Parece que, em algumas pessoas, as convulsões epilépticas se manifestam como um medo opressor e sufocante, com os pacientes permanecendo conscientes durante toda crise. Desta forma, a epilepsia pode ser erroneamente considerada como um ataque de pânico quando o que ocorre de fato são convulsões, avaliaram pesquisadores.

Há meios de distinguir os dois distúrbios, embora possa ser difícil fazê-lo, especialmente se não houver um médico presente, de acordo com pesquisadores franceses que publicaram seu trabalho na edição de fevereiro do Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry.

Ao estudar a atividade cerebral de oito pacientes com epilepsia, a equipe de Arnaud Biraben do CHU Pontchaillou, em Rennes, associou aspectos do medo nas convulsões a certas áreas do cérebro.

Alguns pacientes, que tinham entre 12 e 37 anos, manifestaram medo durante e depois das convulsões, dizendo coisas como: "Achei que era uma sombra negra, como a sombra em uma parede me ameaçando e tentando me machucar" ou "Tive medo de um lobo".

Os pesquisadores observaram que o distúrbio de pânico -- doença psiquiátrica - geralmente aumenta durante o fim da adolescência ou início da idade adulta. Entretanto, em sete dos oito pacientes estudados, os episódios começaram na infância.

As pessoas que sofrem de pânico lembram bem dos ataques, mas metade dos pacientes deste estudo não recordavam o que provocou o medo.

Alguns pacientes nem mesmo sabiam que tinham tido uma crise -- ainda que estivessem claramente agitados, gritando, apertando a mão das pessoas que estavam próximas e implorando para que não saíssem. Em um caso, uma mulher de 19 anos disse ter visto uma "criança dilacerada por arame farpado", mas 30 segundos depois negou que houvesse tido a visão.

Algumas vezes, os pacientes apresentavam certos sintomas de convulsões, como mascar, dar socos nas pernas, mãos ou contrair membros ou queixo.

Conforme os pesquisadores, apesar destas diferenças as convulsões e os distúrbios de pânico ainda podem ser confundidos. Para os especialistas, neste caso podem ser necessárias medidas diretas da atividade cerebral durante os episódios.

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