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Droga Anti-HIV não Causa Efeito Adverso Sério em Bebês

17 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A interrupção da transmissão de mãe para filho é uma parte importante na prevenção da infecção com HIV, o vírus que causa a Aids. Agora, com base em resultados de um estudo realizado na Tailândia, pesquisadores afirmaram que um tratamento curto de zidovudina -- droga usada para impedir a multiplicação do vírus -- no final da gravidez não teve efeitos adversos significativos em recém-nascidos monitorados até 18 meses após o nascimento.

Em um estudo publicado nas páginas eletrônicas da edição de janeiro de Pediatrics, R. J. Simonds, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, e sua equipe do Grupo de Estudo Colaborativo de Bancoc de Transmissão Perinatal do HIV, descreveram o resultado de crianças nascidas de mães com HIV entre junho de 1996 e fevereiro de 1998.

No estudo, cerca de 400 gestantes infectadas com HIV receberam zidovudina ou uma pílula inativa (placebo) com início na 36a. semana de gestação. O grupo de tratamento recebeu 300 miligramas (mg) de zidovudina duas vezes ao dia até o início do trabalho de parto e depois receberam 300 mg a cada três horas até o parto.

Das 395 crianças nascidas, 55 estavam infectadas com HIV, 330 não estavam infectadas com o vírus e em dez bebês a condição da infecção não pôde ser determinada.

Um acompanhamento de 18 meses foi realizado com 319 crianças. De acordo com Simonds e sua equipe, 14 bebês morreram antes de 18 meses de idade.

Entre os diversos fatores medidos, descobriu-se que a média de contagem de glóbulos vermelhos entre as crianças não-infectadas no grupo de zidovudina era menor do que nas do grupo de placebo. A diferença não se manteve em idades mais avançadas.

No geral, o peso, a altura, a circunferência da cabeça e as contagens de células T foram similares entre os dois grupos em todas as idades. As células T são componentes importantes do sistema imunológico. Normalmente, os níveis dessas células diminuem bastante em pessoas com HIV, tornando-as mais suscetíveis a muitas infecções.

Foram observadas mais convulsões relacionadas a febre entre crianças não-infectadas no grupo de zidovudina do que entre o grupo de placebo, mas a diferença não foi estatisticamente significativa.

"Anteriormente, nossos testes demonstraram que um tratamento curto de zidovudina (pré-natal) pode diminuir significativamente o risco de transmissão de mãe para filho", explicaram Simonds e sua equipe.

"Agora, 18 meses de acompanhamento das crianças demonstraram que não houve efeitos adversos importantes associados à zidovudina de tratamento curto", destacaram os pesquisadores.

"Não se sabe ainda se os eventos adversos vão surgir com o uso mais disseminado desse regime ou após muitos anos de acompanhamento e o monitoramento de efeitos adversos de manifestação tardia será um desafio", acrescentaram Simonds e sua equipe.

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