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África do Sul Precisa de DDT Para Combater Malária

Por Ed Stoddard

JOHANNESBURGO (Reuters)
- A África do Sul anunciou quinta-feira que precisa manter o uso do pesticida DDT para combater uma ameaça crescente de malária, doença letal transmitida por mosquito.

A África do Sul está sediando as conversações patrocinadas pelas Nações Unidas que têm como objetivo restringir ou eliminar 12 "poluentes orgânicos persistentes", incluindo DDT, que tem sido usado desde a Segunda Guerra Mundial para proteger as pessoas da malária.

"A posição da África do Sul é que o DDT deve ser exclusivamente usado em ações voltadas para a saúde", afirma documento da delegação da África do Sul. "Essa visão tem recebido grande apoio na conferência e acreditamos que este é um movimento que coloca as pessoas em primeiro lugar", prossegue o texto.

"A utilidade do DDT vem sendo demonstrada por um programa de pulverização do pesticida para o combate da malária no sul da África, que resultou em milhões de vidas salvas", diz o comunicado.

Quarenta e quatro países proibiram o DDT enquanto outros 34 restringiram severamente seu uso. Seus efeitos de curto prazo em seres humanos são limitados, mas a longo prazo a exposição ao produto pode provocar problemas de saúde crônicos.

Pressionada pela comunidade internacional, em 1996, a África do Sul substituiu o DDT por um biodegradável sintético chamado piretróide.

O número de casos de malária têm aumentado desde que o mosquito transmisssor da doença, que havia sido erradicado da África do Sul após 50 anos de uso de DDT, reapareceu. O mosquito tem se mostrado resistente ao piretróide.

Nas províncias sul africanas de KwaZulu e Natal, o número de casos de malária registrados aumentou de pouco menos que 10 mil em 1996 para cerca de 40 mil no ano passado.

"Nosso principal desafio é encontrar alternativas", afirmou o professor Henk Bouwman, especialista em DDT que faz parte da delegação da África do Sul nas conversações.

"Quaisquer alternativas que usemos devem ser tão ou mais seguras que o DDT, economicamente viáveis e efetivas no combate à malária", acrescentou o especialista.

Segundo o professor, a África do Sul está voltando a usar DDT depois de consultas à Organização Mundial de Sáude (OMS), a especialistas em malária e a comunidades em áreas de malária.

A malária continua sendo uma força letal nos continentes mais pobres do mundo, matando cerca de um milhão de africanos por ano.

Delegados na conferência disseram que existe um consenso para que o DDT e os PCBs tenham uso restrito e os outros dez "poluentes orgânicos persistentes" sejam eliminados.

Sinopse preparada por Reuters Health

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