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Brasil: Casos de Malária Aumentam no País e Preocupam o Governo

São Paulo, 29 de Novembro de 2000(eHLA). Os assentamentos agrícolas na Amazônia Legal são hoje o principal foco de transmissão da malária no Brasil. A malária é transmitida pela picada da fêmea de um mosquito Anopheles infectado. Ela causa febre alta em suas vítimas e a malária cerebral, a forma mais temida da doença, pode matar em 24 horas. O anófele leva a doença de uma pessoa infectada para uma pessoa sadia. O mosquito se reproduz em águas limpas e semiparadas, como canais de rios e igarapés, muito comuns na Amazônia.

O número de casos de malária no País está crescendo. Segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o total de casos no ano passado foi de 632.813. De acordo com a Fundação, os assentamentos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na Amazônia concentram 60% dos casos da doença no País. “Nestes assentamentos, é como se as pessoas estivessem morando dentro dos criadores dos mosquitos”, diz Romeo Rodrigues Fialho, gerente nacional do plano de controle da malária.

O governo brasileiro acredita que este quadro será revertido nos próximos anos devido à implementação do Plano de Intensificação do Controle da Malária. Com verba de R$140 milhões ou US$ 73milhões , o plano prevê a contratação e capacitação de pessoal, além de aquisição de microscópios para viabilizar o diagnóstico. ''Acreditamos que esse plano vai reduzir em 50% a incidência da malária na região'', diz Carlos Catão Loiola, assessor técnico da Funasa. A idéia do governo é reduzir pela metade, até 2001, o número de casos.

Vacina

Em 2001, cientistas brasileiros começam a testar em macacos uma vacina contra o Plasmodium vivax, espécie mais comum do parasita causador da malária no País. O teste é a etapa anterior à aplicação humana. Até agora apenas uma vacina foi testada em humanos que habitam regiões endêmicas, como a Amazônia. A equipe do imunologista Maurício Rodrigues, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da Universidade Federal de São Paulo, clonou o gene responsável pela síntese de uma proteína do plasmódio e conseguiu imunizar camundongos. ''Queremos descobrir se a proteína também irá estimular as defesas de macacos, seres mais próximos a nós'', disse Rodrigues que está no Rio de Janeiro participando da 7ª Reunião Nacional de Pesquisa em Malária.

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