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04 de julho de 2011 (Bibliomed). Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com cientistas norte-americanos, descobriram que a célula cancerígena, diferente da célula sadia, não entra em senescência, ou seja, não envelhece, e conseguiram identificar dois genes envolvidos nessa maior durabilidade dessas células.
O envelhecimento celular é determinado pelo mecanismo molecular caracterizado pelo encurtamento dos telômeros (parte da sequência de DNA que protege as extremidades dos cromossomos). Esse encurtamento é provocado pela ativação da enzima telomerase, que não é produzida pelos telômeros.
O estudo mostra que existe uma nova via de células cancerígenas independente da telomerase, capaz de manter o comprimento do telômero. A técnica utilizada foi a de marcação histológica molecular, conhecida como "hibridização in-situ com marcadores fluorescentes específicos de telômeros" (FISH, em inglês), através da qual foram identificados dois genes com alta frequência em tumores, o ATRX e o DAXX, que são responsáveis por manter o comprimento dos telômeros, evitando o envelhecimento das células cancerígenas.
Os cientistas acreditam que agora será possível descobrir a doença antes que ela se torne um tumor sólido, que é mais difícil de ser tratado. "Essas são mutações genéticas que só existem nos tumores. Se conseguirmos rastreá-las durante a evolução do paciente, será possível saber, precocemente, se o tumor voltou ou se está crescendo", diz Suely Kazue Nagahashi Marie, professora da FMUSP e uma das autoras da pesquisa.
Fonte: Diário da Saúde, 01 de julho de 2011
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