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Preconceito leva pessoas obesas a problemas de saúde

04 de março de 2011 (Bibliomed). A discriminação que pessoas obesas sofrem pode levá-las a desenvolver problemas de saúde. Não só a depressão, geralmente associada a pessoas com que são vitimas de algum tipo de preconceito, mas também físicos. É o que aponta estudo da Universidade de Purdue. "A obesidade é um problema fisiológico, mas quando a pessoa tem interações negativas com o mundo em sua vida social, incluindo a sensação de ser discriminada, ela pode piorar a situação e contribuir para o declínio de sua saúde física", diz Markus H. Schafer, autor da pesquisa.

Dados da pesquisa mostram que cerca de um terço dos obesos mórbidos dos Estados Unidos sofrem algum tipo de discriminação. O mais grave é que muitas dessas pessoas estão internalizando esse preconceito, o que interfere na forma como lidam com seu próprio corpo. Isso contribui para o desenvolvimento do estresse, que, por sua vez, aumenta os riscos de desenvolver outras doenças.

Mais de 60% dos norte-americanos são obesos ou estão acima do peso. Pessoas nessas condições estão mais propensas a desenvolver câncer, problemas cardíacos, diabetes e a uma redução da qualidade de vida. Analisando mais de 1.500 pessoas entre 25 e 74 anos ao longo de dez anos, os pesquisadores concluíram que os obesos tiveram pior desempenho de saúde no geral, o que já era esperado. Contudo, aqueles que relataram se sentir discriminados apresentaram declínio mais acentuado em suas capacidades funcionais, como subir escadas ou carregar objetos.

“Temos visto um progresso considerável para combater a discriminação racial e de gênero nos Estados Unidos, mas o iceberg de discriminação peso ainda recebe pouca atenção", afirma Kenneth F. Ferraro, co-autor da pesquisa. "Este é um paradoxo interessante, pois como a taxa de obesidade no país está aumentando, era de se esperar que o preconceito anti-gordura diminuísse. Campanhas de saúde pública para controle de peso são necessárias, mas o estigma que muitas pessoas obesas experimentam tem um preço sobre as saúde”, completa.

Fonte: Psicologia Social Quarterly, 3 de março de 2011