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05 de julho de 2010 (Bibliomed). O Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos define o transtorno bipolar como um distúrbio cerebral que causa mudanças incomuns no humor, na energia, nos níveis de atividades e na capacidade de realizar as tarefas do cotidiano. Os pacientes podem apresentar, ainda, depressão, mania, ou uma combinação de ambas as condições, segundo os especialistas.
“O que pode fazer do transtorno bipolar uma doença particularmente difícil de identificar é a grande variabilidade de sintomas”, destacou o pesquisador Caleb Adler, psiquiatra e neurocientista da Universidade de Cincinnati, nos EUA. “Os pacientes frequentemente sofrem de depressão por longos períodos, o que passa longe da tristeza comum. Para diagnosticar o transtorno bipolar, então, também procuramos por episódios maníacos. Esses episódios são mais do que apenas um sentimento bom - são marcados por elevações extremas no humor, irritabilidade extrema e mudanças severas nos padrões de sono ou nos níveis de energia”, acrescentou o médico.
De acordo com os especialistas, enquanto todas as pessoas passam por “altos e baixos”, uma pessoa com a doença acaba não conseguindo lidar com essas oscilações de humor, podendo, por exemplo, passar uma noite inteira em claro, e não conseguir resolver os problemas, por “pular” de uma ideia a outra com muita frequência. “No final, tudo se resume ao comportamento. É fora de proporção para as circunstâncias, como um nível de irritação que é mais do que apena mau humor. Pacientes maníacos podem entrar em brigas com membros da família, ou mesmo com estranhos”, destacou o pesquisador.
Diagnóstico e tratamento
Para o diagnóstico do distúrbio, um médico irá conduzir exame físico, uma entrevista e uma avaliação diagnóstica mais completa. Devido ao fato de a doença ter uma base fortemente genética, o médico provavelmente irá discutir, com o paciente e com um familiar mais próximo ou cônjuge, o histórico familiar de transtorno bipolar e outras doenças mentais. Além disso, embora exames de imagem do cérebro não indiquem o transtorno bipolar, o especialista pode usá-los para pesquisar possíveis fatores que contribuem para a mudança de comportamento do paciente, como derrames ou tumores.
Não há cura conhecida para o distúrbio. Por isso, o tratamento se baseia em psicoterapia e alguns medicamentos para prevenir e controlar as crises. “Há técnicas terapêuticas que são muito eficazes e, em combinação com medicamentos podem ser ainda mais eficazes do que o uso apenas da medicação”, destaca o especialista. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental, entre os medicamentos utilizados estão os estabilizadores de humor de lítio e os anticonvulsivantes, além de novas drogas recentemente aprovadas pela FDA (órgão que controla comercialização de medicamentos nos EUA).
Fonte: University of Cincinnati. Press release. 01 de julho de 2010.
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