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Quase um terço das pesquisas sobre o câncer abrigam conflitos de interesse, indica estudo

15 de maio de 2009 (Bibliomed). Aproximadamente um terço dos estudos sobre câncer publicados em revistas científicas conceituadas abriga conflito de interesses, segundo estudo da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. A análise de 1534 estudos sobre câncer publicados em proeminentes revistas científicas no ano de 2006 indicou que 29% deles apresentavam fatores que poderiam colocar em dúvida a credibilidade dos resultados.

O estudo indicou que o tipo de conflito mais frequente seria o financiamento dos estudos pela indústria interessada, presente em 17% dos trabalhos. E cerca de 12% dos estudos teriam, como autor, um funcionário dessa instituição direta ou indiretamente interessada nos resultados.

Segundo os autores, os testes randomizados com conflitos de interesses teriam, com maior frequência, resultados positivos. Isso poderia ser fruto de um desenvolvimento do estudo já direcionado para produzir resultados favoráveis, ou devido a uma maior suscetibilidade a publicar os resultados positivos do que os negativos em estudos financiados pela indústria.

“Uma séria preocupação é que indivíduos com conflitos de interesses serão consciente ou inconscientemente tendenciosos em suas análises”, destacou a oncologista Reshma Jagsi, autora do estudo. “Como cientistas, temos obrigação de tratar os dados objetivamente e de forma imparcial. Pode haver algumas relações que comprometam a capacidade do pesquisador fazer isso”.

Para reduzir a influência desses conflitos de interesses, os pesquisadores sugerem o aumento do financiamento público às pesquisas do câncer. “Na luz dessas descobertas, como sociedade, podemos desejar repensar a forma como queremos que nossos esforços de pesquisa sejam financiados e dirigidos”, destacaram os pesquisadores.

Fonte: University of Michigan Health System. Newsroom. 11 de maio de 2009.

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