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Colesterol não indica de forma eficiente o risco cardíaco, alertam especialistas

21 de janeiro de 2009 (Bibliomed). Um estudo nacional realizado nos Estados Unidos sugere que três quartos dos pacientes hospitalizados por causa de infarto apresentam níveis de colesterol que não indicam alto risco cardiovascular. Segundo os autores, os resultados apontam para a necessidade de uma revisão e até da mudança das diretrizes em relação aos níveis de colesterol no risco cardíaco.

As diretrizes do U.S. National Heart, Lung and Blood Institute indica que os níveis de LDL – chamado colesterol “ruim”, que pode formar placas e bloquear artérias – deve ser de até 130 miligramas por decilitro de sangue em pessoas sem doença cardiovascular ou diabetes e 70 para aqueles sob alto risco por causa de fatores como obesidade, tabagismo e pressão alta.

Porém, avaliando cerca de 137 mil americanos hospitalizados por causa de ataques cardíacos no período entre o ano 2000 e 2006, os pesquisadores descobriram que 72% dos pacientes apresentavam níveis de LDL abaixo de 130 na internação, e 17,6% tinham LDL abaixo de 70. Isso indica que, na maioria dos casos, os pacientes tiveram infarto mesmo apresentando níveis aceitáveis de colesterol “ruim”.

“Pessoas com níveis de colesterol LDL variando entre 100 e 130 podem sentir que estão sob baixo risco”, destacou o líder do estudo, Dr. Gregg C. Fonarow, da Universidade da Califórnia. “Neste estudo, não houve nada normal em ter uma leitura de LDL de 100”, completou.   

Avaliando o nível de colesterol ”bom” (HDL), por outro lado, a pesquisa revelou que mais da metade (54,6%) dos pacientes que sofreram infarto apresentavam níveis abaixo de 40, sendo que o recomendado é de pelo menos 60 mg/dl. E apenas 1,4% dos pacientes seguiam as recomendações para os níveis de ambos os tipos de colesterol.

Principalmente por causa do descompasso entre os níveis de colesterol “ruim” e o risco cardíaco, os especialistas recomendam uma nova revisão das diretrizes, considerando que apenas o colesterol não é suficiente para avaliar o risco, havendo a necessidade de maior uso da análise do nível de atividade física, do índice de massa corporal, da pressão arterial, idade, sexo e histórico familiar de problemas cardiovasculares, além de biomarcadores inflamatórios.

Assim, mais estudos seriam necessários para avaliar o papel de cada fator de risco e os mecanismos pelos quais eles interagem entre si aumentando as chances de problemas cardiovasculares; e, consequentemente, para a reestruturação das diretrizes para avaliar o risco cardiovascular.

Fonte: HealthDay News. 16 de janeiro de 2009.

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