Notícias de saúde

Juiz Britânico Quer 2a Opinião no Caso das Gêmeas Siamesas

Por Lindsay Griffiths

LONDRES (Reuters) - Um juiz britânico pediu uma segunda opinião médica no caso das gêmeas siamesas, depois que os pais das crianças desafiaram na segunda-feira a sentença da Justiça que determinou a separação das meninas.

Os pais levaram o caso para a Corte de Apelação, alegando que Deus, e não os médicos, deveria decidir o destino de suas filhas.

"É uma forte crença religiosa, uma crença étnica. Mas numa base mais simples do que essa, eles são pais que amam suas filhas e que acham que devem tratá-las igualmente e que devem permitir que elas vivam o máximo possível", disse o advogado do casal, John Kitchingman.

O juiz Alan Ward disse que antes de qualquer decisão ser tomada, a corte deveria ter uma segunda opinião de especialistas do hospital pediátrico Great Ormond Street, em Londres, um dos principais hospitais da Europa para essa cirurgia.

Até agora, a única evidência médica antes do julgamento tinha vindo do Hospital St Mary, em Manchester, norte da Inglaterra, onde as gêmeas nasceram em 8 de agosto.

Ligadas pela parte inferior do abdômen, as meninas Jodie e Mary, dividem o coração e uma parte dos pulmões. Uma das crianças depende totalmente da vida da irmã.

Os médicos têm dito que ambas vão morrer dentro de seis meses, a menos que sejam separadas.

A Alta Corte julgou em 25 de agosto que as crianças deveriam ser separadas contra a vontade dos pais, mas os cirurgiões não vão operar até que o problema legal esteja claro.

Em uma petição escrita à corte, os pais discordaram do prognóstico dos médicos para a sobrevivência das gêmeas e levantaram dúvidas sobre o tratamento que receberiam quando voltasse para casa.

"A (Alta Corte) julgou errado que para Jodie, a separação significa a expectativa de uma vida normal e deu peso insuficiente para problemas médicos e outros problemas que Jodie vai enfrentar se sobreviver", escreveu o advogado Simon Taylor.

Em relação a Mary, Taylor disse que sua situação não era "demonstrável como intolerável" e que havia poucas evidências para apoiar a conclusão que a morte imediata fosse no seu melhor interesse.

Na semana passada, um cardeal italiano ofereceu à família um "porto seguro" - um apartamento em hospital e tratamento grátis - para evitar a operação de vida e morte.

Espera-se que o caso se estenda durante a terça-feira e os advogados acreditam que uma decisão não deve acontecer até a próxima semana.

Os advogados dos pais das meninas informaram que caso a sentença seja contra seus clientes, podem considerar uma nova apelação à Câmara dos Lordes da Grã-Bretanha e à Corte Européia de Direitos Humanos.

Sinopse preparada por Reuters Health

Copyright © 2000 Reuters Limited. All rights reserved. Republication or redistribution of Reuters Limited content, including by framing or similar means, is expressly prohibited without the prior written consent of Reuters Limited. Reuters Limited shall not be liable for any errors or delays in the content, or for any actions taken in reliance thereon.

Faça o seu comentário
Comentários