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Transplante de Células Pode Ajudar Pacientes de Derrame

Por Merritt McKinney

NOVA YORK (Reuters Health) - Um tratamento experimental para derrame que consiste em transplantar células especialmente tratadas no cérebro passou nos primeiros testes de segurança, afirmam pesquisadores norte-americanos.

Em um estudo com 12 pessoas que receberam o transplante de células meses ou anos depois de terem um derrame, o tratamento não causou quaisquer efeitos colaterais graves. E embora o estudo não tenha sido desenvolvido para provar a eficácia da terapia, a condição de metade dos pacientes melhorou após receber o transplante de células, de acordo com um estudo publicado no jornal Neurology.

"Estamos muito encorajados com nosso primeiro estudo de segurança", disse o coordenador do estudo, Douglas Kondziolka, do Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, na Pennsylvania. Os resultados mostram que a técnica é segura e possível, disse Kondziolka. O próximo passo, destacou Kondziolka, é conduzir estudos que acompanhem mais pacientes por um período mais longo.

"Esperamos demonstrar mais as mesmas coisas", afirmou Kondziolka. Os pesquisadores acreditam que estudos futuros irão ajudar médicos a entender quais pacientes irão se beneficiar mais da técnica, assim como a melhor hora de realizá-la após o derrame, explicou Kondziolka.

Entretanto, ele alertou que mesmo que o transplante de células seja bem sucedido em estudos maiores, o tratamento não será utilizado na maioria de pacientes que sofrem derrame. Ele foi desenvolvido para pessoas que tiveram derrame envolvendo uma estrutura chamada gânglios basais, que estão localizados em uma área profunda do cérebro, apontou o pesquisador. Ele estima que cerca de 15 a 20 por cento de todos os derrames afetem os gânglios basais.

No estudo, Kondziolka e sua equipe testaram a segurança em transplantar células chamadas de Neurônios LBS nos cérebros de pacientes que sofreram derrame. Estas células são criadas quando células retiradas de um teratocarcinoma - um tipo raro de tumor que é feito de células similares de embrião - são quimicamente alteradas para formar células nervosas, ou neurônios.

Kondziolka e sua equipe testaram os neurônios em nove homens e três mulheres que tiveram danos cerebrais graves. Os participantes receberam injeções de dois milhões a seis milhões de Neurônios LBS.

Mais de um ano após os transplantes, nenhum dos pacientes sentiram quaisquer efeitos colaterais graves que poderiam estar relacionados ao tratamento, indica o estudo. Diversas pessoas apresentaram algumas complicações, incluindo uma convulsão muitos meses depois, entretanto, os pesquisadores acreditam que estes problemas não estavam relacionados ao transplante.

Embora o estudo seja muito pequeno para provar a eficácia do transplante de células, a equipe de Kondziolka relata que o tratamento pareceu ajudar alguns participantes do estudo. Metade dos participantes apresentaram melhora na capacidade motora, como o andar e os movimentos da perna e do braço seis meses após o transplante de células, de acordo com o estudo. E uma imagem do cérebro chamada de tomografia com emissão de pósitrons detectou um metabolismo cerebral maior na área do transplante em metade dos pacientes, o que sugere que as células transplantadas estavam funcionando bem com as células cerebrais existentes.

Sinopse preparada por Reuters Health

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