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Marcador Permite Diagnóstico Precoce do Câncer de Esôfago

Por Nancy Deutsch

NOVA YORK (Reuters Health) - As taxas de câncer de esôfago têm aumentado nos Estados Unidos e na Europa. Agora, pesquisadores britânicos descobriram um marcador genético que pode ser útil para identificar pessoas sob risco de desenvolver a doença.

O estudo está publicado na edição de 16 de agosto de Journal of the National Cancer Institute.

"O que é animador é que existe a promessa de que um dia poderemos identificar pessoas antes do tempo e reduzir substancialmente seu risco (de desenvolver o câncer de esôfago)", afirmou Joel L. Weissfeld, da Universidade de Pittsburg, na Pensilvânia, em um editorial que acompanha o estudo.

Durante a pesquisa, Kamal Bani-Hani e sua equipe, da Enfermaria Geral Leeds, no Reino Unido, analisaram 307 pacientes com síndrome de Barrett (BE), uma doença de alterações pré-cancerosas do revestimento do esôfago desde a garganta até o estômago. Para comparação, um grupo de "controle" saudável foi incluído no estudo.

Entre 1984 e 1995, 12 casos de câncer se desenvolveram entre os pacientes com BE. Biópsias do tumor revelaram que o marcador genético conhecido como proteína "cyclin D1" estava presente em 11 de 12 amostras. Oito dos 12 pacientes (67 por cento) apresentaram o marcador nos estágios iniciais do estudo, antes da presença do câncer.

"Em algumas pessoas, a expressão em excesso da proteína foi observada mais de dez anos antes do diagnóstico do câncer", afirmou Christopher P. Wild, co-autor do estudo. Ele destacou que esta foi uma das descobertas mais surpreendentes.

Cerca de 29 por cento das pessoas saudáveis do grupo de 'controle' também apresentaram a proteína no início do estudo, o que sugere que este marcador não é sensível o suficiente ainda para ser usado sozinho como um recurso de detecção.

A incidência do câncer de esôfago tende 40 vezes mais a se desenvolver em pessoas com BE. "Na maioria das vezes, este câncer é detectado tarde, de modo que menos de uma pessoa em 20 sobrevive mais de cinco anos após o diagnóstico", disse Wild, explicando a importância de se desenvolver um teste de detecção precoce do câncer.

Weissfeld acrescentou que, caso um bom grupo de marcadores para o câncer for identificado, valerá a pena realizar testes para BE e o marcador e evitar que a doença progrida.

De acordo com Weissfeld, como ainda não existem métodos totalmente eficazes para prevenir o câncer nestas pessoas identificadas sob risco, o uso de drogas para reduzir o refluxo ácido nestas pessoas pode ser útil. Cientistas também têm sugerido que o uso de vitamina A pode reduzir a incidência de câncer no esôfago.

"Como o desenvolvimento do câncer envolve um grande número de alterações genéticas, é improvável que qualquer mudança, como a expressão em excesso da cyclin D1, irá identificar todos os pacientes com câncer", ponderou Wild. "Desse modo, acreditamos que nossa descoberta é um grande avanço, mas é provável que uma combinação de marcadores...que irá aumentar a sensibilidade do avanço".

Sinopse preparada por Reuters Health

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