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Mães de crianças obesas também devem mudar hábitos alimentares

18 de Fevereiro de 2003 (Bibliomed). Por trás de uma criança obesa quase sempre está uma mãe com excesso de peso e, nesse caso, os hábitos alimentares da família são tão ou mais determinantes que o fator genético, observou um estudo realizado no Ambulatório de Obesidade do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Percebemos que é fundamental intervir na mãe para tratar o filho, já que é ela quem prepara a comida e estabelece o horário das refeições”, explicou Paulo Cavalcante Muzy, estudante do quinto ano de medicina, que acompanhou 46 crianças e adolescentes e suas mães, entre agosto de 2001 e maio de 2002.

Na primeira consulta, Muzy constatou que 81% das mulheres que procuraram o ambulatório para tratar a obesidade do filho estavam fora do peso ideal. Das 46 duplas que estiveram na primeira consulta, 20 voltaram para o primeiro retorno, 18 para o segundo e 16 para o terceiro. Entre as mães, 40% conseguiram emagrecer ou manter o peso no primeiro retorno. Nos encontros seguintes, essa taxa saltou para 66,7% e 62,5%. Entre as crianças, 50% perderam ou mantiveram o peso na primeira fase do tratamento. Nas seguintes, o índice foi para 55,6% e, depois, para 50%.

Considerando-se que apenas 30% dos adultos conseguem emagrecer ou manter o peso –e que esse índice é ainda mais baixo entre crianças –, a taxa de sucesso obtida pelo pesquisador foi alta em todas as etapas do tratamento. “Quando a mãe perdia peso, o filho emagrecia ainda mais”, observou Muzy, acrescentando que entre as crianças não deve haver restrições alimentares drásticas, mas mudanças lentas no cardápio e incentivo à prática esportiva. Doces, por exemplo, não são proibidos, mas devem ser ingeridos com moderação. E, como a criança está em fase de crescimento, muitas vezes a manutenção do peso – e não apenas o emagrecimento – já pode ser considerada uma vitória.

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