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Enfermeiros sobrecarregados colocam vida de pacientes em risco

28 de Outubro de 2002 (Bibliomed). O número de pessoas sob os cuidados de cada enfermeiro influencia diretamente na recuperação pós-operatória de pacientes. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela equipe de Linda H. Aiken, da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia (EUA). Os pesquisadores entrevistaram mais de 10 mil enfermeiros e revisaram os dados médicos de 230 mil pacientes submetidos à cirurgia geral, ortopédica e vascular, que receberam alta de um dos 168 hospitais na Pensilvânia ao longo de quase dois anos.

O estudo mostrou que cada paciente adicional por enfermeiro aumentava em 7% o risco de morte do doente num período de até 30 dias após a cirurgia. A proporção entre o número de pacientes e o de enfermeiros variou de menos de quatro doentes por enfermeiro a até oito pessoas para cada profissional. “A existência de poucos enfermeiros por leito compromete o sistema de vigilância de enfermagem para a identificação precoce e intervenção para proteger os pacientes das conseqüências de complicações que potencialmente poderiam colocar em risco a vida”, disse Aiken, na edição de 23 a 30 de outubro do Journal of the American Medical Association.

O estudo também mostrou que o sentimento de exaustão emocional e de insatisfação com o trabalho eram altos, particularmente entre os enfermeiros com as cargas de trabalho mais elevadas. Nos hospitais onde a sobrecarga dos profissionais era maior, os enfermeiros foram quase duas vezes mais propensos a informar insatisfação com o emprego e apresentaram uma tendência duas vezes maior a relatar desgaste, em comparação com os enfermeiros que cuidavam de um número menor de doentes. Para os pesquisadores, o aumento do número de profissionais nos hospitais e a redução da rotatividade poderiam diminuir os custos para os hospitais e salvar vidas.

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