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Terapia de Casal é Melhor que Drogas para Tratar Depressão

Por Patrícia Reaney

LONDRES (Reuters) - Terapia de casal é mais eficaz e barata que drogas para tratar depressão. Conforme pesquisa publicada no British Journal of Psychiatry, o marido ou a mulher de uma pessoa deprimida pode ajudar o parceiro a superar a tristeza e prevenir problemas melhor do que os antidepressivos padrões.

"O objetivo da terapia é deixar de enfocar a pessoa deprimida como doente e centrar-se na relação. Se a relação melhorar e o parceiro der mais apoio, a pessoa deprimida tende a se sentir muito melhor", disse Julian Leff, coordenador do estudo e professor do Institute of Psychiatry (Instituto de Psiquiatria), em Londres.

Os pesquisadores dividiram em dois grupos 77 casais em que um dos parceiros era deprimido. Um grupo recebeu a terapia de casal e não usou drogas enquanto o outro grupo não teve a terapia e a pessoa deprimida tomou antidepressivos. Ao final de um ano, os tratamentos foram encerrados e os dois grupos foram observados durante o ano seguinte.

Conforme os pesquisadores, a terapia de casal foi melhor que as drogas padrão na redução da depressão durante o ano de tratamento. Como a vantagem persistiu no segundo ano - quando nenhum dos grupos recebeu qualquer tratamento - os pesquisadores concluíram que a terapia teve aspecto preventivo contra outros ataques de depressão.

A pesquisa mostrou que a terapia de casal era eficaz independentemente do sexo do paciente deprimido ou da severidade da depressão.

Também constatou-se que, em um terço dos 77 casais, o companheiro do paciente deprimido também estava deprimido. "Achamos um dever colocar a terapia de casal entre os cuidados primários nos locais de trabalho dos clínicos gerais porque lá está a maioria dos pacientes com depressão. Normalmente a providência dos clínicos é receitar drogas", disse Leff.

Em um relatório separado publicado no mesmo jornal, o professor Glen Gabbard da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, afirmou que um resumo de estudos publicados mostra que a psicoterapia tem efeitos mensuráveis no cérebro.

Na opinião do pesquisador, avanços na neurociência e nas técnicas de monitoramento cerebral estão levando a uma nova era em que diferentes tipos de terapias podem ser empregadas para identificar áreas específicas do cérebro, funcionando como as drogas. Ele acha que a psiquiatria pode se dividir colocando especialistas psicossociais em um campo e neurocientistas em outro.

"A ironia da nossa resistência em integrar a mente ao cérebro é que estamos na iminência de um sofisticado entendimento sobre a interação entre o cérebro e o ambiente", declarou Gabbard.

Sinopse preparada por Reuters Health

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