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Pressão Sangüínea Mais Baixa Reduz a Chance de Derrame Cerebral

NEW YORK, (Reuters Health) – A redução da pressão arterial sistólica, o primeiro número na leitura de pressão arterial, pode reduzir a incidência de dois tipos comuns de derrame cerebral em pacientes idosos, de acordo com pesquisadores dos EUA.

Em um estudo multicêntrico realizado sobre participantes do Programa de Hipertensão Sistólica em Idosos (SHEP), a incidência de derrame cerebral tanto isquêmico quanto hemorrágico foi reduzida em um terço ou mais quando os pacientes acima de 60 anos diminuíam sua pressão sistólica para menos de 160mmHg. Um derrame cerebral isquêmico ocorre quando um coágulo sangüíneo ou outra partícula impede o sangue de fluir para o cérebro. Em contraste, o sangramento cerebral causa um derrame cerebral hemorrágico.

O estudo, publicado no The Journal of the American Medical Association, é o primeiro a separar o risco de derrame de acordo com o tipo deste. Os pesquisadores revisaram a pressão arterial, incidência de derrame e tratamento em instituições de saúde em 4.736 homens e mulheres idosos com hipertensão, ou pressão alta. Ao início dos 5 anos de estudo, a pressão arterial sistólica dos pacientes variava de 160 a 200mmHg, comparada a 140mmHg, que é o limite superior normal da pressão arterial sistólica.

Os pacientes foram aleatoriamente selecionados para receber ou placebo (um comprimido sem nenhum medicamento ativo) ou tratamento medicamentoso. Os participantes que foram ativamente tratados tomaram a droga anti-hipertensiva clortalidona, ou, se necessário, uma combinação de clortalidona e atenolol ou reserpina. Inicialmente, 2.365 pacientes receberam tratamento ativo enquanto 2.371 receberam um placebo.

O tratamento ativo da pressão alta no estudo resultou em uma diminuição de 36% na incidência de derrames fatais e não fatais. Aqueles que receberam tratamento tiveram menos derrames hemorrágicos do que o grupo placebo no primeiro ano, sugerindo que o tratamento funciona imediatamente para este tipo de derrame. Uma redução nos derrames isquêmicos, contudo, não foi observada até o segundo ano, disse o Dr. H. Mitchell Perry, Jr. da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri, à Reuters Health.

“Se você mantiver sua pressão arterial abaixo de 160mmHg (seja através de tratamento ativo ou placebo) sua chance de desenvolver um derrame será diminuída em aproximadamente um terço”, disse o Dr. Perry. “Se você a mantiver abaixo de 150mmHg (o risco) diminui um pouco mais. O risco observado abaixo de 140 não foi estatisticamente significativo, provavelmente por que havia poucos pacientes neste grupo”.

Comparados ao grupo placebo, muito mais pacientes do grupo de tratamento ativo atingiram um objetivo saudável e pré-determinado de pressão arterial, de menos de 160mmHg no número sistólico, disse o Dr. Perry.

“O fato de que atingir objetivos específicos (de pressão sangüínea sistólica) diminui significativamente a incidência de derrame deveria encorajar tanto os médicos quanto os pacientes a perseguir estes objetivos”, escrevem o Dr. Perry e colaboradores em seu estudo.

Os pesquisadores concluíram seu artigo dizendo “pacientes idosos e seus médicos devem ser diligentes no tratamento da hipertensão sistólica isolada para atingir o objetivo (de pressão sangüínea sistólica)”.

Fonte: The Journal of the American Medical Association 2000;284:465-471.

Sinopse preparada por Reuters Health

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