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Bebês que gostam de sal podem ter hipertensão no futuro

14 de Agosto de 2002 (Bibliomed). Os recém-nascidos que parecem gostar mais do sabor salgado apresentam pressão sanguínea um pouco mais elevada que os demais bebês, indicou um estudo realizado pelo Hospital Mount Auburn, em Cambridge (Massachusetts, EUA). Essa constatação pode ajudar a identificar pessoas suscetíveis a desenvolver hipertensão no decorrer da vida.

Os pesquisadores avaliaram como 234 recém-nascidos saudáveis se manifestavam em contato com o sal. De cada dez bebês, cerca de sete tinham ao menos um dos avós com hipertensão. Os pesquisadores perceberam que todos os recém-nascidos conseguiram diferenciar o sabor da água do gosto de uma solução de água e sal bastante diluída, mas que, a julgar pela intensidade e pela freqüência da sucção da mamadeira usada para administrar várias soluções, nenhum dos bebês pareceu gostar do sabor do sal.

No entanto, algumas crianças pareceram achar a solução salgada menos desagradável. Os bebês que sugaram a mistura de água e sal com freqüência e intensidade um pouco maiores tenderam a apresentar a pressão sanguínea um pouco mais elevada que os recém-nascidos que não gostaram da solução.

Os pesquisadores notaram que essa associação revelou-se mais forte nos casos em que um dos avós da criança usava medicamento para controlar hipertensão. Nessa situação, a pressão sanguínea do recém-nascido logo após o parto e um mês depois do nascimento foi de 5 a 9 pontos mais elevada que a das crianças que detestaram o gosto salgado.

Em artigo publicado na edição de 8 de agosto da revista Hypertension, publicação da Associação Americana do Coração, o pesquisador Stephen H. Zinner disse que os pais não podem testar a sensibilidade dos filhos ao sal, mas podem ficar atentos para mais informações sobre o efeito que a sensibilidade ao sal produz sobre a pressão sanguínea. "A preferência dos recém-nascidos pelo gosto salgado poderia predizer o risco de pressão sanguínea mais elevada no decorrer da vida - junto com outros indicadores, como a própria pressão sanguínea", avaliou Zinner, que também é professor na Escola de Medicina de Harvard.

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