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Cárie pode ser transmitida de mãe para filho

08 de Julho de 2002 (Bibliomed). A Faculdade de Odontologia de Bauru, ligada à Universidade de São Paulo (USP), e a Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo um projeto de prevenção da transmissão dos microrganismos causadores da cárie, os estreptococos do grupo mutans, de mãe para filho.

Segundo os pesquisadores, hábitos simples como o de provar a comida da criança para verificar a temperatura, compartilhar a mesma escova de dente e dar beijos são algumas das formas de transmitir as bactérias. Quanto mais microorganismos cariogênicos a mãe tiver na boca, maiores são as chances de uma transmissão após o contato da criança com a saliva. Quanto mais cedo ocorrer o contágio, mais cárie a criança desenvolverá ao longo da vida. A suscetibilidade e a alimentação do bebê também são fatores que podem facilitar o desenvolvimento das cáries.

A pesquisa da FOB de transmissão dos estreptococos com mulheres que são mães pela primeira vez e seus filhos começou no final do ano passado e deve demorar cinco anos para ser concluída. Durante esse período, as mães e filhos que fazem parte do programa vão receber acompanhamento odontológico e orientação quanto à higiene bucal.

As participantes do programa foram selecionadas a partir do Banco de Leite da Prefeitura de Bauru e divididas em dois grupos: em um grupo, as mães vão receber aplicação de flúor nos dentes, prescrição de uso de chicletes com xilitol e, em alguns casos (dependendo do nível de bactérias cariogênicas), um verniz à base de clorexidina. O outro grupo receberá o tratamento odontológico tradicional e apenas substâncias placebo.

Ainda não existem dados conclusivos, mas os pesquisadores pretendem determinar o momento do contágio das crianças pelos estreptococos cariogênicos, sua experiência de cárie e a influência que diferentes medidas preventivas e terapêuticas podem ter sobre os níveis dessas bactérias nas mães.