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Campanha contra Aids vai trabalhar o preconceito diante da opção homossexual

06 de Junho de 2002 (Bibliomed). Os homossexuais masculinos correm até onze vezes mais risco de contrair o vírus HIV se comparados aos homens que mantêm relações heterossexuais. Estudo do Ministério da Saúde indica que aproximadamente 4,5% dos homossexuais brasileiros estejam contaminados pelo vírus. Entre os heterossexuais, a proporção é de cerca de 0,4%.

Outra pesquisa, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (ABIA), identificou que cerca de 90% dos homossexuais conhecem as formas de contágio e de prevenção da doença. Mesmo assim, o número de contaminados voltou a crescer, nos últimos dois anos, após um período de redução de registros nessa população.

Preocupado com o comportamento menos rigoroso no uso do preservativo, o Ministério da Saúde decidiu planejar uma campanha nacional com objetivo de reduzir o preconceito e intensificar a utilização da camisinha. Nas próximas semanas, dará início à campanha “Homens que fazem sexo com homens”.

Peças publicitárias em grandes veículos de comunicação marcarão o início da campanha. Serão veiculadas nos canais de televisão propagandas, cujo slogan será “Respeitar as diferenças é tão importante quanto usar camisinha”. Para as salas de cinema, foi preparada a peça publicitária “Fantasias”.

Em revistas de grande circulação, anúncios vão incentivar a conversa sobre o assunto com os pais. O slogan principal será: “Use camisinha com seu namorado. Isso também é uma conversa de pai para filho”.

Além de apresentar a idéia para o público geral, a campanha pretende sensibilizar profissionais das áreas da saúde e da educação. A intenção é transformá-los em multiplicadores para garantir a aceitação das diferenças sexuais, reduzindo o preconceito.

Os homossexuais também serão trabalhados diretamente. Com apoio de 80 entidades da sociedade civil, peças publicitárias veicularão em salas de cinema freqüentadas por homossexuais. Preservativos serão distribuídos com auxílio de baleiros na porta de boates, saunas e cinemas direcionados.

A contaminação do vírus HIV entre os homossexuais é uma preocupação antiga do Ministério da Saúde. No início da epidemia, existia uma classificação conhecida por grupos de risco (usuários de drogas e homossexuais). Há alguns anos, pesquisadores mostraram que não há grupos de risco, mas comportamentos que possam facilitar a contaminação.

Trabalhos educativos direcionados ajudaram a reduzir o índice de contaminação entre os homossexuais, mas em 1996 foi verificado novo aumento de aproximadamente 4% ao ano (em 2001 foram registrados 5.400 casos). A elevação foi mais evidente entre os jovens (taxa de crescimento de 8,7% entre 15 a 24 anos).

Desde então, o Ministério da Saúde vem realizando campanhas direcionadas. Nenhuma, entretanto, teve dimensão nacional e foi voltado para o público geral – uma reivindicação das entidades de homossexuais.

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