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22 de Maio de 2002 (Bibliomed). Preceitos morais e religiosos, influência dos pais, medo, falta de interesse e insatisfação com os efeitos das drogas são os motivos mais comuns que levam os jovens a não fazer usos de psicotrópicos. A conclusão é de estudo do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Foram analisadas respostas de cem voluntários que tiveram contato com o universo das drogas e optaram por não consumi-las ou fizeram uso experimental. Os entrevistados foram divididos em dois grupos: 50 que nunca usaram drogas, embora já tivessem tido oportunidade, e outros 50 que experimentaram alguma substância e resolveram parar.
"Diversos trabalhos mostram que a curiosidade e a influência dos amigos são os principais motivos que os jovens alegam para usar drogas. Existem pessoas, no entanto, que estão sujeitas às mesmas condições, mas preferem não provar. Queríamos entender por quê”, explica a pesquisadora Ana Regina Noto, uma das autoras do estudo.
Entre os que provaram, 44% dos entrevistados não gostaram dos efeitos das drogas. O consumo de maconha, por exemplo, pode provocar dor de cabeça e perda da noção de tempo. Já a cocaína tem efeitos depressivos. Outros 32% alegaram ter medo de tornarem-se dependentes químicos. As outras duas razões apontadas foram: influência dos pais ou amigos (16%) e efeitos aquém das expectativas (8%).
Já as pessoas que nunca experimentaram nenhum tipo de psicotrópico alegaram preceitos morais e religiosos (26%), influência dos pais (26%) e medo de perder o controle da situação (24%) como os principais motivos para ficar longe das drogas.
Para os pesquisadores, o estudo indica que as campanhas de prevenção às drogas precisam mudar de enfoque. “Ao invés de ressaltar os aspectos negativos das drogas, seria melhor mostrar o que o jovem está perdendo com o consumo delas”, opina Ana Regina. A pesquisadora lembra que as pessoas que consideram muito importante ter controle sobre a própria vida entendem que a droga pode comprometer essa autonomia.
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