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Portadores do Mal de Alzheimer vão receber tratamento pelos SUS

16 de Abril de 2002 (Bibliomed). Os portadores do Mal de Alzheimer vão passar a receber atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na última sexta-feira, o ministro da Saúde, Barjas Negri, assinou uma portaria que inclui na tabela do SUS o tratamento de pacientes com a doença e que determina a distribuição de medicamentos. Segundo o Ministério da Saúde, só para a compra de remédios serão destinados R$ 34 milhões por ano.

O Mal de Alzheimer é a principal causa da demência. Ele provoca a degeneração de neurônios do cérebro, prejudicando o funcionamento da memória, a capacidade de compreensão e aprendizagem e o senso de orientação. Atividades do dia-a-dia, como higiene pessoal, vestimenta, alimentação, atividades fisiológicas ficam seriamente comprometidas. A doença é uma das causas mais comuns de abandono de idosos, já que muitas vezes o idoso sequer reconhece seus familiares.

Embora acometa pessoas de diferentes faixas etárias, os idosos são responsáveis por mais de 90% dos casos da doença. No Brasil, um em cada 10 habitantes com mais de 60 anos é portador da doença. Ao todo são 14,5 milhões de idosos no País. O Mal de Alzheimer afeta, pelo menos, 600 mil deles. Alguns pesquisadores, porém, acreditam que o número de portadores da doença seja bem maior e ultrapasse a casa do milhão.

Como se trata de uma doença crônica e progressiva, o objetivo do governo com a liberação dos recursos contra o Mal de Alzheimer é permitir que a evolução da doença seja retardada ao máximo. Assim os idosos teriam melhor qualidade de vida e conseguiriam manter sua autonomia por mais tempo.

Mais R$ 25 milhões: Para reforçar a Política Nacional do Idoso, implantada em 1999, o Ministério da Saúde determinou também, na última sexta-feira, a reestruturação da rede de assistência de saúde especializada em idosos e a aplicação de R$ 25 milhões por ano na manutenção de hospitais-dia geriátricos e na prestação de assistência domiciliar aos idosos em todos os estados.

Os hospitais-dia devem atender aos idosos que não precisam ficar internados, mas que requerem cuidados especiais e não podem contar com o auxílio da família durante o dia. Aqueles que não apresentam risco de agravamento da doença podem receber, em casa, a visita dos profissionais de saúde. Uma equipe multidisciplinar vai treinar os familiares ligados à recuperação desse idoso.

Segundo o governo, o objetivo dessas medidas é estimular ações para a mudança da assistência à saúde do idoso - hoje baseada na internação hospitalar. A idéia é oferecer atenção integral aos idosos de forma mais humanizada, com medidas de prevenção, promoção e recuperação da saúde.

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