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Cursos de residência médica tomam "bomba" em Minas Gerais

15 de Abril de 2002 (Bibliomed). O resultado do trabalho de cinco meses da nova equipe da Comissão Estadual de Residência Médica de Minas Gerais (Cerem-MG) revela que uma das etapas mais importantes na formação dos médicos está deixando a desejar.

O grupo avaliou 95 programas de residência médica de diversas instituições de ensino no estado mineiro. Do total, 89% apresentaram algum tipo de irregularidade. Muitos dos programas estavam com o prazo de credenciamento vencido; 40 cursos foram colocados em diligência e cinco foram descredenciados. Um diagnóstico detalhado da situação dos programas de residência médica será traçado pela Comissão Estadual ao longo deste ano.

A intenção é sanar os diversos problemas encontrados, tais como carga de trabalho excessiva dos residentes; atraso no pagamento das bolsas; falta de moradia para os jovens médicos; atividades teóricas insuficientes; inexistência de Comissão de Residência Médica para coordenar os cursos; irregularidade em editais de concurso; deficiências pedagógicas e ainda problemas de capacitação dos preceptores para orientar os residentes.

A Santa Casa de Belo Horizonte, responsável por mais de 10% das vagas de residência médica em Minas Gerais, teve os 16 programas de residência médica colocados em diligências durante vários meses. Após diversas vistorias e adequações exigidas pela Comissão Estadual, o hospital voltou a oferecer vagas, no início deste ano, em seus programas. Todas as etapas foram acompanhadas de perto por integrantes da Comissão Nacional de Residência Médica.

O quadro dos programas de residência médica em Minas Gerais, na opinião da presidente da Cerem-MG, a médica Tânia Maria Maciel, é preocupante. O futuro, entretanto, indica melhoras. A Comissão Estadual de Residência Médica pretende, além de qualificar o ensino, acabar com distorções na oferta de especialidades. Há um déficit de 45% em vagas de residência médica no Estado. Para graduação são oferecidas 1.150 vagas anualmente. Apesar disso, pouco mais de 600 desses profissionais, ao se formarem, conseguem entrar para algum dos 29 programas credenciados no Estado.

A Comissão Estadual pretende também estabelecer critérios de avaliação dos programas, o que facilitaria uma comparação da qualidade dos programas e estimularia melhorias. A última edição do jornal da Associação Médica de Minas Gerais traz detalhes sobre o trabalho da Comissão Estadual de Residência Médica de Minas Gerais (Cerem-MG) e as metas de trabalho da equipe.

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