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Funasa é contrária à caça aos roedores sugerida pela Prefeitura de Nova Iguaçu

Belo Horizonte, 29 de Novembro de 2001 (Bibliomed). O anúncio da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, de promover uma campanha de “caça aos ratos” na cidade provocou a reação de epidemiologistas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão executivo do Ministério da Saúde.

Os técnicos da Funasa alertaram para o risco à saúde da população se for adotada a medida e enviaram um ofício à Prefeitura de Nova Iguaçu, na semana passada. A "Campanha contra roedores" previa o pagamento de R$ 5,00 por quilo de rato capturado pela população e entregue à administração municipal. A idéia era promover a desratização da cidade.

Segundo o ofício da Funasa, o controle de roedores não é efetivo através de campanhas episódicas e, para ser eficaz, deve ser realizado através de ações programadas, contínuas e em caráter permanente. Intervenções errôneas ou mal direcionadas podem desencadear o chamado "efeito boomerang" nas populações de roedores, ocasionando uma rápida reposição no número de ratos. Em um curto período de tempo, informa a Funasa, um número ainda maior de ratos terá sido proliferado.

A Funasa alerta para o fato dos roedores participarem direta ou indiretamente da cadeia epidemiológica de pelo menos 30 doenças. Entre as mais conhecidas em nosso meio estão a leptospirose, a peste bubônica e a hantavirose. Por isso, qualquer tipo de contato com roedor, suas fezes, saliva ou urina não são recomendáveis, porque expõe diretamente a população ao risco de contrair doenças.

Tal situação pode ocorrer ao se tentar capturar ou até mesmo manipular roedores vivos ou mortos. Somente técnicos ou operadores capacitados e equipados devem participar de medidas de desratização.

Se grande parte da população convive com roedores nessa cidade, ponderam os técnicos da Funasa, cabe às entidades governamentais repassar medidas educativas e garantir que a comunidade vai evitar o contato com esses animais.

São necessárias ações de melhoria em saneamento (coleta e destino do lixo, limpeza e desassoreamento de córregos e galerias e corte de mato em terrenos baldios) e uma mudança de comportamento da própria população em relação às ações preventivas e de controle utilizadas para garantir uma medida efetiva de desratização. Os técnicos afirmaram estar à disposição da prefeitura.

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