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Belo Horizonte, 26 de Setembro de 2001 (Bibliomed). Chega às farmácias brasileiras, na primeira semana de outubro, o concorrente do Viagra, o Uprima, produzido pelo laboratório americano Abbott. Os dois produtos vão disputar um mercado que movimenta um valor estimado de US$ 50 milhões anuais, incluindo todos os produtos consumidos contra a impotência sexual, das populares garrafadas de catuaba e produtos naturais até as injeções penianas.
Os laboratórios conhecem bem o potencial desse mercado: os médicos acreditam que 47% dos brasileiros em idade sexual ativa sofram de algum tipo de disfunção erétil, que pode variar do grau levíssimo ao grave. Entretanto, apenas 15% das pessoas com impotência procuram ajuda médica.
E o número de pacientes tende a crescer com o envelhecimento da população brasileira - fenômeno demográfico significativo. Segundo os médicos, a maior incidência de casos de impotência sexual é registrada em pessoas na faixa etária dos 70 anos.
Esse envelhecimento também ocorre em outros países, o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a considerar a disfunção erétil um problema preocupante. Segundo a entidade, em 1995 existiam 152 milhões de pessoas no mundo com impotência. Uma projeção revela os números de um mercado realmente promissor. Em 2025, serão 322 milhões de pessoas com o problema.
O Viagra, produzido pelo laboratório americano Pfizer, foi um medicamento que revolucionou o tratamento da disfunção erétil. O Uprima é o nome comercial do cloridrato de apomorfina, substância usada em remédios expectorantes, eméticos e hipnóticos. O que o laboratório Abbott anuncia como novidade é que, agora, já se conhece a dose certa que facilita a ereção.
A apomorfina atua no sistema nervoso central, provocando a liberação de óxido nítrico, neurotransmissor que tem papel significativo na ereção. Sempre que o cérebro registra estímulos sexuais, são liberadas as cargas desse neurotransmissor, que leva à região peniana a ordem de relaxamento. Com isso, os corpos cavernosos do pênis são preenchidos com sangue, provocando a ereção.
O medicamento é colocado sob a língua para derreter. O efeito demora 20 minutos para acontecer e pode se prolongar por um período de três horas. A apomorfina parece ter ação semelhante à natural.
O Viagra, nome comercial do sildenafil, demora cerca de uma hora para fazer efeito. Sua ação é mais localizada, agindo diretamente nos vasos sangüíneos da região peniana. As duas drogas só devem ser utilizadas com receita. A caixa com três comprimidos de apomorfina vai custar entre R$ 44 e R$ 51, conforme a dosagem. A caixa de comprimidos do sildenafil custa entre R$ 60 e R$ 75.
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