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Postos de saúde vão distribuir seringa para viciados em droga

Belo Horizonte, 28 de Agosto de 2001 (Bibliomed). O Ministério da Saúde vai começar a distribuir, gratuitamente, seringas e camisinhas nos postos de saúde de várias cidades brasileiras. O objetivo é tentar barrar a epidemia de Aids e a disseminação de outras doenças entre os usuários de drogas injetáveis.

Isso vai acontecer graças à descentralização do Programa de Redução de Danos, que já existe em outras regiões e deverá ser implantado no Sul do País ainda este ano. O aumento da epidemia de Aids nos três estados da região preocupa o Ministério.

O último boletim da doença mostrou que o Sul registrou o maior crescimento (51%) com tendência a continuar crescendo. O grupo mais afetado é o de drogados.

Desde que surgiram, na metade da década de 90, os projetos de redução de danos já provaram que funcionam no combate à transmissão de doenças. No Rio de Janeiro, a taxa de infecção por HIV dos usuários de drogas caiu de 35% para 8% nos últimos cinco anos. E a contaminação por hepatite C, outra doença que pode ser transmitida quando se compartilha seringa, passou de 70% para 13%.

Entretanto, esses programas poderiam ser ainda mais eficientes. Na maioria das capitais, eles funcionam em sede única e são acompanhados por organizações não-governanentais (ONGs).

A conseqüência disso é a criação de guetos de drogados. Descentralizando os programas, o Ministério acredita que conseguirá atingir mais usuários e, com isso, reduzir comportamentos de risco.

Além de distribuir seringas e camisinhas, os programas também oferecem tratamento médico e psicológico. Devido a grande especialização do serviço, a implantação nos postos de saúde não é tão simples.

Antes de tudo, o Ministério terá que formar profissionais para lidar com os usuários e descobrir como não assustá-los. Por isso, muitos dos agentes de saúde serão os próprios usuários e já existem 350 deles em todo o País, a maioria que já foi dependente de drogas.

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