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São Paulo, 13 de Junho de 2001 (eHealthLA). A atuação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nas interdições de medicamentos e alimentos que geram danos à saúde do consumidor está especialmente agitada nesta semana.
Dois medicamentos anti-hipertensivos de dois laboratórios diferentes, todos medicamentos fitoterápicos produzidos por uma empresa sem licença, a pimenta do reino de uma indústria e o amendoim de outra, foram os alvos do órgão fiscalizador do Ministério da Saúde nesta última seguda-feira, dia 11.
De olho nos anti-hipertensivos
De acordo com comunicado distribuído à imprensa pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o Ministério da Saúde determinou a interdição cautelar, em todo o território nacional, de lotes do medicamento similar anti-hipertensivo Captropil, produzido pelo Laboratório Teuto Brasileiro (GO) e de um dos lotes do também anti-hipertensivo Adcor Retard 10 mg comprimidos, da empresa Pharmus Química e Farmacêutica S.A. A medida foi determinada por meio de Resoluções publicadas no último dia 11.
A Anvisa explica que análises realizadas pelo laboratório da Fundação Ezequiel Dias, de Minas Gerais, constataram alterações no medicamento Captropil, apresentado sob a forma de comprimidos. Segundo a Anvisa, a baixa presença do princípio ativo, a impureza Dissulfeto de Captopril acima do índice permitido e forte odor foram as causas da interdição.
No caso do anti-hipertensivo Adcor Retard 10 mg comprimidos, da empresa Pharmus Química e Farmacêutica S.A., de Caruaru (PE), detectou-se problemas quanto à dissolução do princípio ativo Nifedipina, que ocorreu em tempo maior que o especificado para tal produto.
Fitoterápicos produzidos ilegalmente entram na mira da Anvisa-
A Anvisa também determinou nesta última segunda-feira, a apreensão de todos os produtos fabricados pela empresa Pets Produtos Naturais, localizada em Capim Branco (MG). De acordo com comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde, a Pets não tinha autorização de funcionamento. A denúncia foi feita pela Vigilância Sanitária de Minas Gerais.
Pimenta e amendoim são apreendidos por conterem salmonella e aflatoxina
A presença da bactéria salmonella na pimenta do reino produzida pela empresa Água na Boca Alimentos Ltda determinou a apreensão do produto pela Anvisa. O amendoim descascado Tipo 1, da Alimentos Zaeli Ltda, também foi interditado, por conter níveis acima dos permitidos da substância Aflatoxina.
A análise da pimenta foi realizada pela Vigilância Sanitária do Estado do Espírito Santo, que constatou a presença ilegal da bactéria Salmonella na pimenta. Segundo a Anvisa, a Resolução nº 12/01, que estabelece o Regulamento Técnico sobre Padrões Microbiológicos para Alimentos, proíbe a presença de bactérias nos alimentos.
A salmonella causa diarréia, dores abdominais, dor nas articulações, olhos vermelhos e lacrimejantes e salivação, podendo levar até a morte se consumida em grande escala.
No Tocantins, a Vigilância Sanitária detectou a presença da substância Aflatoxina acima dos 30mg permitidos pela resolução nº 34/76, por cada quilo de amendoim produzido pela empresa Alimentos Zaeli Ltda.
Segundo informações distribuídas pela Anvisa, a Aflatoxina é produzida por dois tipos de fungos e está relacionada a doenças como Câncer e Hepatite B. “A contaminação do amendoim pelo fungo ocorre no campo e pode se agravar em condições adversas de armazenamento.
Danos causados por insetos ou durante a colheita favorecem a penetração do fungo e a conseqüente produção da toxina”, explica o comunicado. A Anvisa determinou que os produtos devem ser recolhidos pelas vigilâncias sanitárias regionais.
Em janeiro desse ano, a Vigilância Sanitária do Distrito Federal encontrou a toxina em lotes de 14 marcas que estavam sendo vendidas no comércio local.
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