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Pesquisa pretende combater malária e dengue com mosquitos transgênicos

São Paulo, 24 de abril de 2001 (eHealthLA). Foi aprovado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) um projeto para o desenvolvimento de mosquitos transgênicos resistentes aos agentes causadores da malária (micróbios do gênero Plasmodium) e da dengue (um vírus).

A idéia é atacar o parasita dentro do inseto, impedindo seu uso como transmissor para o homem. Segundo Margareth Capurro, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a criação dos mosquitos transgênicos pode ser apenas mais uma ferramenta para controlar as doenças.

"É preciso agir sobre vários fatores: tratamento do paciente, vacinação, ação de inseticidas", saliente a cientista envolvida no projeto.

Como funcionaria

Organismos transgênicos, ou geneticamente modificados (OGMs), são aqueles que recebem genes estranhos à sua espécie. Usando técnicas de engenharia genética, cientistas incluem nos genomas instruções para produzir substâncias (proteínas) que eles não fariam naturalmente.

Assim, solto na natureza, o mosquito modificado competiria com seus semelhantes, diminuindo-lhes as oportunidades de picar as vítimas e, portanto, de transmitir as doenças.

Além disso, por meio de cruzamentos com mosquitos selvagens, os novos genes se espalhariam pela população e, com eles, o poder de deter o parasita. "Ainda vai demorar.

A disseminação de transgenes em populações silvestres é uma das principais objeções levantadas contra a liberação de OGMs no ambiente, pelo medo de que possam desencadear efeitos nocivos à biodiversidade”, explica Margareth.

Segundo ela, é preciso pesquisar muito bem a viabilidade do processo. "Temos de saber se esses mosquitos seriam realmente competitivos", diz.

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