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Por Ben Hirschler
LONDRES (Reuters) - A ciência deu um importante passo com a publicação na segunda-feira da primeira descrição do genoma humano, mas o trajeto da nova era da medicina baseada na genômica está se mostrando mais longo e mais caro do que se imaginava.
Poucos duvidam que o sequenciamento das 3,1 bilhões de letras que determinam todas as características humanas eventualmente vai transformar o cuidado com a saúde.
A medicina atual está voltada a um total de somente 483 alvos biológicos. Cientistas acreditam que o sequenciamento do genoma deve produzir outros 5.000 ou mais, mesmo se uma minoria dos 30.000 a 40.000 genes existentes no corpo humano se tornar um possível alvo de drogas.
Isso pode levar a novos medicamentos e curas de condições difíceis de tratar como doenças cardíacas, doença de Alzheimer e câncer.
Mas o impacto imediato na indústria farmacêutica de 300 bilhões de dólares ao ano será um aumento nos custos em vez de uma bonança de lucros, de acordo com novas pesquisas do banco de investimentos dos Estados Unidos, Lehman Brothers e da empresa de consultoria McKinsey.
Ian Smith, analista da Lehman em Londres, disse que o custo médio do lançamento de uma droga nova no mercado, incluindo o custo de fracassos, deve dobrar de 800 milhões de dólares em 2000 para 1,6 bilhão de dólares em 2005 antes de cair para 1 bilhão em 2010.
O motivo é simples -- nos próximos anos a indústria de medicamentos vai trabalhar com uma porcentagem muito maior de alvos de drogas sem precedentes que, por definição, terá uma taxa de fracasso maior do que as drogas convencionais acompanhando os passos dos produtos estabilizados.
As pessoas esperando uma breve explosão na produtividade da indústria farmacêutica e um aumento nas aprovações de novas drogas devem ficar desapontadas.
"A genômica e as tecnologias adicionais vão levar a muito mais oportunidades de descoberta e desenvolvimento de drogas, mas estamos frente a um período de indigestão à medida que a indústria aprender como partir de genes e chegar a alvos de drogas válidos", disse Smith.
Francis Collins, chefe do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (NHGRI) que lidera o consórcio público do Projeto Genoma Humano, acredita que drogas desenvolvidas com base na pesquisa de genômica, que vão atacar a causa, em vez dos sintomas, de muitas doenças graves devem chegar ao mercado após 2020.
Dez anos antes disso, a ciência deve produzir testes de prognóstico precisos para pelo menos uma dúzia de doenças comuns em que os genes da pessoa têm um papel em uma parte do problema, como diabete e doenças cardíacas, permitindo que os médicos prescrevam drogas muito mais precisas.
Sinopse preparada por Reuters Health
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