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17 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A atividade física reduz o risco de doenças cardíacas e derrame em pessoas diabéticas, afirmam pesquisadores da Universidade Harvard, nos EUA.
Pode pode ser algo tão simples quanto andar regularmente, correr ou até nadar, informam cientistas na revista "Annals of Internal Medicine" do dia 16 de janeiro, o fato é que o exercício ajuda a prevenir doenças cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 2, frequentemente chamada de diabete do adulto.
Atualmente, doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em pessoas com diabetes, doença que afeta pelo menos 16 milhões de norte-americanos.
Risco de doenças do coração é de duas a quatro vezes maior em pessoas diabéticas do que na população em geral, e em mulheres diabéticas o risco é de três a cinco vezes maior, segundo o pesquisador principal, Frank Hu, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos EUA.
"Já é sabido que o exercício reduz o risco de doenças cardiovasculares na população em geral, mas não estava claro se era benéfico em pessoas com diabete tipo 2 pois pode haver complicações", Hu informou à Reuters Health.
"O quadro é mais complicado para diabéticos do que para a população em geral." No passado, médicos viam a atividade física para diabéticos com cautela, explicou Hu. Isso porque o exercício muda a taxa de açúcar no sangue, podendo induzir a uma hipoglicemia (baixos níveis de glicose) em diabéticos ou reduzir a quantidade de insulina que um diabético precisa -- nos casos em que o doente precisa injetá-la --- e médicos precisam ajustar a dosagem.
O exercício pode ser muito difícil para diabéticos uma vez que danos nos nervos das pernas ou dos pés decorrentes da disfunção pode fazer da atividade física, como correr ou andar, um problema.
No entanto, um estudo recente sugere que, apesar dos vários problemas, atividade física moderada, como andar rápido, pode beneficiar os diabéticos. No estudo, que avaliou 5.125 enfermeiras com diabete tipo 2 de 1980 a 1994, Hu e seus colegas descobriram que mulheres que praticavam exercícios "reduziram substancialmente o risco de complicações cardiovasculares".
As que se exercitaram de forma moderada e vigorosa por pelo menos quatro horas semanalmente reduziram o risco de terem um ataque cardíaco ou um derrame 40% mais do que as que eram sedentárias. "Nós descobrimos que uma mulher diabética que se exercitou uma hora ou mais por dia teve o risco de desenvolver doença cardiovascular reduzido em 45%", Hu disse à Reuters Health. "Isso é bem dramático para diabetes tipo 2, pois os portadores têm um risco elevado para doenças cardíacas".
Até andar vigorosamente provou ser tão benéfico quanto exercícios mais pesados, como fazer jogging ou correr, pois um ritmo mais intenso pode reduzir mais o risco do que andar devagar. "A conclusão é que diabéticas não precisam se preocupar com os possíveis problemas do exercício se elas tomarem cuidado", Hu afirmou.
"Os benefícios de reduzir problemas cardíacos podem ser mais importantes do que possíveis perigos associados à atividade física no passado." Hu alertou, no entanto, que para alcançar resultados significativos, os diabéticos precisam fazer a atividade física regularmente. "Seja persistente", ele disse, "pois estamos falando de uma atividade periódica, e não exercícios esporádicos".
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