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Agência Alertou Sobre Perigo de Munição com Urânio em 1991

16 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A agência de segurança nuclear do governo britânico emitiu, em 1991, um aviso de saúde sobre as munições de urânio empobrecido usadas na Guerra do Golfo, informou na segunda-feira o jornal The Times.

Num documento confidencial, a Autoridade britânica de Energia Atômica teria deixado claro que as munições deixadas no Kuweit eram uma fonte potencial de contaminação radioativa.

Segundo o jornal, a Autoridade de Energia Atômica disse, na época: "Manusear munições feitas de metais pesados cria alguns riscos potenciais, e o mesmo se aplica à possibilidade de difusão da contaminação radioativa e tóxica decorrente do disparo dessas munições em batalhas".

Para o The Times, seria preciso com urgência retirar as munições contendo urânio empobrecido que ficaram no Kuweit, devido aos riscos de contaminação radioativa.

Apesar das preocupações expressas por grupos de veteranos britânicos e alguns outros membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o governo britânico insiste que as munições, usadas nos Bálcãs e na Guerra do Golfo, trazem riscos apenas limitados à saúde.

Segundo o The Times, Shaun Rusling, que preside a organização que representa os veteranos britânicos da Guerra do Golfo, disse que 521 veteranos da guerra de 1991 morreram desde o final do conflito e mais de 5.000 estão sofrendo de doenças como a leucemia.

O secretário de Defesa britânico, Geoff Hoon, disse no domingo: "Não há evidências científicas que fundamentem as alegações de que o uso de material radioativo cause doenças, incluindo leucemia, ou exponha militares a esses riscos". No passado, ele declarou que as munições com urânio empobrecido só representam um risco se soldados entrarem num tanque atingido por elas imediatamente depois do impacto.

O urânio empobrecido é usado em munições para aumentar sua capacidade de penetrar em superfícies blindadas e, sob impacto, pode se pulverizar, transformando-se em poeira tóxica radioativa, segundo especialistas em defesa.

A Itália quer que sejam investigadas as mortes de leucemia de pelo menos sete de seus soldados, depois de eles terem servido em Kosovo e na Bósnia. Casos de câncer já foram denunciados também entre soldados belgas, franceses, holandeses, espanhóis e portugueses.

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