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Diálise Noturna Ajuda Pacientes Renais com Apnéia do Sono

12 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Pessoas com insuficiência renal crônica tendem a desenvolver apnéia do sono, caracterizada por breves interrupções da respiração durante o sono. Para algumas, fazer diálise renal noturna, ou seja limpar o sangue enquanto dormem, pode ser a solução do problema, informaram pesquisadores canadenses.

Geralmente, pacientes renais crônicos necessitam de três sessões semanais de diálise de cerca de quatro horas para retirar resíduos do sangue. Os pesquisadores informaram que "a prevalência da apnéia do sono nesses pacientes varia de 50 a 70 por cento". A diálise noturna é realizada quase toda noite por cerca de oito horas.

Patrick J. Hanly, do Hospital St. Michael, e Andreas Pierratos, da Universidade de Toronto, avaliaram a diferença nas ocorrências de apnéia noturna em 14 pacientes que faziam diálise convencional e trocaram por um programa de diálise noturna. As conclusões foram publicadas na edição de 11 de janeiro do New England Journal of Medicine.

Uma redução dos episódios de apnéia do sono foi verificada em sete pacientes. Nestes indivíduos, a frequência de episódios caiu de cerca de 46 para nove por hora, explicaram os autores.

"Nossas observações confirmaram a alta prevalência de apnéia do sono em pacientes com doença renal terminal e mostraram que a diálise noturna melhora o problema", informaram os pesquisadores.

Esses resultados e os de outros estudos forneceram um "estímulo para projetar e implementar uma pesquisa sobre diálise renal noturna diária", escreveu Eli A. Friedman, do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Estado de Nova York, em Brooklyn, em editorial que acompanhou o estudo.

Para Friedman, os estudos indicaram um claro benefício da diálise noturna, mas o custo da terapia poderia aumentar. "O fato de a maioria dos doentes do planeta não poder pagar pelo tratamento convencional é um grande obstáculo à recomendação de terapias complementares", avaliou o editorialista. A American Association of Sleep Apnea (Associação Americana da Apnéia do Sono) informou que o problema é tão comum quanto a diabete, afetando mais de 12 milhões de norte-americanos.

Os fatores de risco incluem ser homem, estar acima do peso normal ou ter mais de 40 anos, mas o problema pode atacar qualquer um em qualquer idade, até mesmo crianças.

Há três tipos de apnéia noturna: obstrutiva, central e combinada. Das três, a obstrutiva é a mais comum. Em todas elas, a pessoa pára de respirar várias vezes e seu sono é interrompido, podendo chegar a centenas de interrupções com um minuto ou mais de duração. A doença afeta a qualidade do sono e provoca sonolência durante o dia.

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