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Interações de Proteína da Úlcera são Mapeadas

12 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Os cientistas não estão perdendo tempo depois que o genoma humano -- conjunto dos genes humanos -- foi quase completamente sequenciado. Pesquisadores na França deram o passo seguinte para compreender como os organismos funcionam, pelo menos em bactérias.

Pela primeira vez, foram mapeadas as interações protéicas da "Helicobacter pylori", bactéria comum associada a úlceras gástricas.

A tecnologia usada para mapear as proteínas da bactéria da úlcera podem dar origem a drogas que causem menos efeitos colaterais, segundo representantes da Hybrigenics, uma empresa de Paris que financiou o trabalho.

A pesquisa é parte de um novo campo de estudo, a proteômica, que analisa a expressão das proteínas. Todos os genes de organismo contêm instruções para produção de proteínas. Entender como as proteínas interagem é essencial para entender suas funções, disseram os pesquisadores chefiados por Pierre Legrain, da Hybrigenics.

Trabalhando com um conjunto completo de proteínas ou o proteoma do H. pylori, o grupo de Legrain identificou mais de 1.200 interações entre as proteínas, segundo artigo publicado na edição de 11 de janeiro da revista Nature. Essas interações conectam quase metade de todas as proteínas no proteoma do H. pylori.

Conforme os pesquisadores, "explorar o mapa de interação entre proteínas revela caminhos biológicos e permite predizer a função da proteína".

Por exemplo, o mapeamento permitiu que os pesquisadores identificassem as proteínas envolvidas na síntese da urease da H. pylori -- processo relacionado às propriedades da bactéria que causam doença.

Revelar como as proteínas funcionam e mapear suas interações em organismos como a H. pylori pode fornecer informações que levem ao desenvolvimento de novos medicamentos, disse Legrain à Reuters Health.

"O sequenciamento de vários genomas, incluindo o humano, revelou uma enorme quantidade de proteínas que eram completamente desconhecidas", disse o pesquisador. De acordo com o especialista, a tecnologia oferece um atalho para ir do mapeamento do genoma à compreensão da função das proteínas.

Segundo o pesquisador francês, as interações entre as proteínas podem ser alvos potenciais para o desenvolvimento de novas drogas.

"Esta é uma direção completamente nova para drogas que serão mais específicas, evitando possíveis efeitos colaterais observados nas atuais", disse Legrain. O mapa da interação das proteínas parece um mapa de metrô, informou Frederic Allemand, vice-presidente para negócios e marketing da Hybrigenics. Os pesquisadores podem usar a tecnologia "para identificar processos relacionados a uma doença específica para obter um benefício terapêutico e evitar os associados a eventos prejudiciais", declarou em nota à imprensa.

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