Notícias de saúde
10 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) viu-se na terça-feira sob pressão para colocar de lado diferenças políticas e responder às cada vez mais intensas críticas européias a respeito da relação entre o uso de armamentos feitos com urânio empobrecido e casos de câncer entre soldados que atuaram nos Bálcãs.
A controvérsia emergiu apesar de especialistas da área de saúde terem levantado dúvidas a respeito dessa relação.
O urânio empobrecido (DU) é usado em mísseis, bombas e balas a fim de aumentar a força de penetração da munição. Especialistas da área de defesa afirmam que esses armamentos podem pulverizar-se no momento do impacto criando uma nuvem de poeira radioativa.
Assessores políticos da Otan e da União Européia (UE) encontraram-se em separado para discutir a questão.
A Otan parece divida entre os que, como a Grã-Bretanha e os EUA, argumentam não haver risco no uso de munição feita com DU e os que, como a Alemanha, Itália, Bélgica e Portugal, desejam uma investigação sobre o assunto.
Aviões norte-americanos dispararam 31 mil cargas de munição com DU contra alvos sérvios em 1999 durante a campanha da Otan para expulsar o Exército iugoslavo de Kosovo. Cerca de 10 mil cargas foram também usadas na vizinha Bósnia, entre 1994 e 1995.
A controvérsia sobre o uso desse tipo de armamento surgiu depois da Guerra do Golfo (1991). Ali, o urânio empobrecido teria provocado o nascimento de bebês deformados e a chamada "Síndrome da Guerra do Golfo" entre os soldados.
A Itália, Bélgica, Espanha, Holanda e Portugal relataram casos de morte por câncer de soldados que serviram nos Bálcãs. Muitos outros ficaram doentes, o que levou os países a pedirem uma investigação sobre o assunto.
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