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Toxina bacteriana implicada em câncer de cólon em adultos jovens

24 de setembro de 2025 (Bibliomed). Os casos de câncer de cólon têm aumentado entre adultos mais jovens, e agora pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, acreditam ter identificado um possível culpado. Uma toxina bacteriana chamada colibactina, produzida por certas cepas de E. coli, parece alterar o DNA intestinal de uma forma que provoca câncer de cólon.

Para o novo estudo, os pesquisadores analisaram 981 amostras de câncer de cólon coletadas de pacientes em 11 países. A análise revelou que a colibactina é uma toxina comum entre esses casos, particularmente em cânceres de cólon de início precoce. Os resultados mostram que os efeitos nocivos da colibactina começam cedo no desenvolvimento do tumor e são responsáveis por cerca de 15% das primeiras alterações genéticas que promovem diretamente o desenvolvimento do câncer.

De acordo com os pesquisadores, a colibactina deixa padrões específicos de mutações de DNA que são mais de três vezes mais comuns em cânceres de cólon de início precoce, especialmente em adultos com menos de 40 anos, em comparação com aqueles com 70 anos ou mais.

Os cânceres de cólon têm aumentado constantemente entre pessoas com menos de 50 anos, tanto que as diretrizes foram atualizadas para reduzir a idade do rastreamento para 45. As taxas de câncer de cólon aumentaram 2,4% ao ano entre pessoas com menos de 50 anos entre 2012 e 2021, de acordo com a Sociedade Americana do Câncer. Da mesma forma, as taxas de mortalidade em pessoas com menos de 55 anos têm aumentado cerca de 1% ao ano desde meados dos anos 2000. Ao mesmo tempo, os cânceres de cólon têm diminuído entre adultos mais velhos, graças a métodos de triagem como a colonoscopia.

Pesquisadores suspeitam que bactérias produtoras de colibactina podem estar colonizando silenciosamente o cólon das crianças, preparando o cenário para o câncer na meia-idade e depois. Mais pesquisas são necessárias agora para descobrir como as crianças estão sendo expostas às bactérias produtoras de colibactina e o que pode ser feito a respeito, disseram os pesquisadores, que também estão trabalhando em um teste para detecção precoce que poderia analisar amostras de vezes em busca de mutações relacionadas à colobactina.

Fonte: Nature. DOI: 10.1038/s41586-025-09025-8.

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